'Utopia' é tema de redação da Fuvest

'Utopia' é tema de redação da Fuvest

Para professor, tema subjetivo já era esperado

Os alunos que prestaram a segunda fase do vestibular da Fuvest tiveram que dissertar sobre a importância da utopia. A questão pedia que os candidatos comparassem o mundo que busca a utopia e o que não.

Para o professor de atualidades e matemática do Cursinho Popular da Medicina da USP de Ribeirão Preto, Alex Diniz (à direita na foto), um assunto abstrato já era esperado. “O tipo de tema, subjetivo, já era esperado. Mas o tema em si quase sempre surpreende”, diz.

Sobre a escolha dos organizadores da prova da Fuvest, Diniz arrisca que a fundação universitária apostou em um tema otimista. “A Fuvest raramente é direta nos temas de redação. Como estamos em um cenário bastante pessimista por conta da crise política, a suposta crise econômica, discursos de ódio espalhados pelas redes sociais, além da crise humanitária pós-primavera árabe, por conta do Estado Islâmico e imigrações em massa dos Sírios. Todos esses temas somados a tradição da Fuvest, cobrar temas subjetivos, eu apostaria em ‘otimismo’ ou algum tema próximo como ‘futuro’ ou até mesmo ‘sonhos’. ‘Pessimismo’ seria mais óbvio, mas menos provável”, discorre.

Cem alunos são atendidos pelo Cursinho Popular da Medicina da USP, que ministra aulas preparatórias para o vestibular gratuitamente, 15 passaram para a segunda fase e prestaram a prova neste domingo, 10. “Espero que o pessoal tenha ido bem”, completa Diniz.

Camila Alves Gomes presta medicina como "treineiro", ela conta que se surpreendeu com o tema de redação proposto pela prova, mas que gostou. “Gosto dos temas da Fuvest que são subjetivos e se tem a possibilidade de demonstrar conhecimentos de diversas matérias que se relacionam com o assunto”, conta a estudante.

Eduardo Orlandin, professor de geografia do Cursinho Popular da Medicina da USP Ribeirão Preto, explica que as redações da Fuvest geralmente são difíceis pois de fato são cobrados temas abstratos. “São temas que têm importância, fazem parte do nosso cotidiano, mas são abstratos. Isso exige que o aluno tenha maior preparo para poder elaborar teses com seus argumentos sem fugir do tema. É uma redação mais desafiadora se comparada a de outros vestibulares”, conclui Orlandin.

Foto: Bruno Silva

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