Esperança é o caminho para Mariana Garcia
A atual paraciclista traz o sonho de ter se tornado a primeira para-atleta de Ribeirão Preto
A paraciclista Mariana Garcia já foi apresentada e é a mais nova integrante da Equipe de Ciclismo de Ribeirão Preto. Ela, que é nascida na cidade, será a primeira para-atleta a compor o time, na categoria H3.
Mariana perdeu a sensibilidade e os movimentos da perna após lesionar a coluna ao sofrer um acidente de moto em novembro de 2009. Na época, ela tinha 15 anos. Ficou internada durante 22 dias e mantinha a esperança em voltar a andar em seis meses, já que a lesão poderia ser revertida.
Aos poucos, ela começou a se dedicar ainda mais nas sessões de fisioterapia. Passado um ano do acidente, Mariana percebeu que os seis meses dados pelos médicos para a reversão se estenderam a parecia cada vez mais incerta a volta do seu caminhar.
Chegada ao esporte
Quando criança, Mariana praticou natação. Foi nesse esporte, em Brasília, que ela começou a ter ânimo para superar a grave lesão que a tirou o movimento das pernas. A para-atleta ficou internada por duas vezes em um hospital de reabilitação na capital federal. A primeira passagem teve 30 dias e a segunda 45.
Lá, redescobriu a natação e os outros esportes, com uma rotina regrada de treinos e avaliações. Ao receber alta, começou a competir. Nos Jogos Regionais de Mococa, foi campeã dos 100m e vice nos 50m.
Pelas redes sociais e pelas amizades construídas no meio esportivo, encontrou o paraciclismo e se interessou. Mariana, então, passou a integrar a equipe de Santa Cruz das Palmeiras no ano passado e, com quatro meses de treino, na Copa Brasil, foi prata e bronze em Brasília nas provas de resistência e contra-relógio, respectivamente, e bronze nessas mesmas categorias em Santa Catarina e no Rio de Janeiro. Assim, terminou o ranking nacional na vice-liderança.
Agora em 2016, integra o time da sua cidade natal, Ribeirão Preto. “A equipe acha muito importante apoiar e valorizar um talento como o da Mariana, que além de ser ribeirãopretana, tem muita qualidade técnica e seus resultados comprovam isso. Dentro das possibilidades e limitações da equipe, queremos apoiá-la para que ela possa evoluir ainda mais na carreira”, disse o técnico de Ribeirão Preto, Marcelo Donnabella.
Ela já treina com sua handbike – bicicleta adaptada – junto com os novos companheiros de time. Agora, a paraciclista ribeirãopretana espera melhorar ainda mais as técnicas dentro do esporte.
“Minha expectativa é representar bem a equipe nas competições estaduais e nacionais, para conseguir colocação no ranking brasileiro de paraciclismo. Tenho uma relação bacana com todos. O Donnabella vai me ajudar bastante e já pude, também, trocar experiência com o Thiago Nardin, que é da Seleção Brasileira. A harmonia, o respeito, a amizade e o companheirismo são os pontos fortes da Equipe e eu me senti muito bem acolhida por todos”, conta.
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