Dárcy fez movimentações maiores do que seus rendimentos, diz procuradoria
Os recursos chegam a valores próximos de R$ 700 mil; promotoria diz que trânsito de valores ‘não está amparado em justificativas’
A Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo apontou que entre 2010 e 2015 a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD), realizuo movimentação bancária com recursos superiores aos rendimentos brutos recebidos por ela. Os subsídios da prefeita eram de pouco mais de R$ 13 mil por mês, desde 2009, quando iniciou seu primeiro mandato.
A procuradoria apontou que no período analisado, os salários de Dárcy apresentaram crescimento linear, ou seja, não apresentaram tendência de aumento ou decréscimo. Ela própria, por mais de uma vez, declarou à Câmara Municipal que não queria reajuste de subsídio. Chegou a enviar ofício ao Legislativo. Porém, a movimentação financeira em dois bancos registram créditos de R$ 681,5 mil no período.
Enquanto os rendimentos brutos, referentes ao subsídio de prefeita, foram de R$ 1,3 milhão, os créditos bancários chegaram a R$ 1,8 milhão, entre os anos de 2010 e 2015. Os investigadores ainda apontam que quase a totalidade que entra nas contas tinha saída imediata, e que “esse trânsito intenso de numerários das contas não está amparado em justificativas patrimoniais”, ou seja, não declarado.
De acordo com a investigação, existem provas que apontam que houve movimentações bancárias bem superiores aos rendimentos declarados, o dinheiro que transitou sob a responsabilidade de fiscalização das autoridades fiscais, “o que não exclui, mas ao contrário afirma, diante da prova material da propina e dos desvios, a ocorrência de utilização de recursos fora do sistema financeiro ou por meio de outras pessoas”, descrevem.
Os promotores ainda descrevem que a advogada Maria Zuely Librandi, beneficiária de honorários, considerados indevidos pela promotoria, teria emitido cheques para uma empresa do companheiro de Dárcy.
A defesa de Dárcy Vera aponta que a prefeita não tem nenhum bem que não os declarados na justiça, no caso a casa em que vive, um apartamento e um veículo. Ele está presa preventivamente na penitenciária feminina de Tremembé, a pedido da Procuradoria. “O Ministério Público faz o seu trabalho, colhe as provas e quem decide após isso é o juiz”, afirmou a advogada Maria Claudia de Seixas, na última sexta-feira, 2, ao comentar a prisão de Dárcy.
Foto: Arquivo Revide