Defesa de Maria Zuely diz que delator da Sevandija mentiu

Defesa de Maria Zuely diz que delator da Sevandija mentiu

Ex-presidente do sindicato dos Servidores teria mentido sobre reunião em que ficou determinada divisão de propina

A defesa da advogada Maria Zuely Librandi, ex-advogada do Sindicato dos Servidores, afirma que o ex-presidente do Sindicato, Wagner Rodrigues, mentiu em delação premiada ao afirmar que acordou a divisão dos honorários da advogada em um escritório de advocacia, em Ribeirão Preto, no ano de 2012.

O advogado Luiz Carlos Bento, que defende Maria Zuely, aponta que em relatório da Polícia Federal há a informação de que o prédio em que está instalado um escritório de advocacia de um dos investigados na Sevandija não recebeu nenhum visitante no dia indicado pelo delator.

No local, teriam sido definidas formas de repartição da propina paga pela advogada a membros da prefeitura, entre eles, a ex-prefeita Dárcy Vera, e do sindicato, para que os honorários referentes à ação dos 28% dos servidores, recebidos por Zuely, fossem pagos.

Segundo o Ministério Público, teriam sido pagos R$ 20 milhões em propinas divididos a Dárcy, o advogado Sandro Rovani, Rodrigues e Marco Antonio dos Santos.

“Não teve essa reunião, ninguém foi ao prédio em que está o escritório do doutor [André] Hentz, além dele próprio, no dia indicado por Wagner Rodrigues, ele mentiu”, afirmou Bento, que argumentou isso na defesa enviada à justiça. Porém, o argumento foi negado pelo juiz do caso.

“A justiça só acatou 20% de nossa defesa, mas ela está amparada em argumentos. Tem documentação de tudo isso. Talvez tenha sido recusada em sua maioria para evitar a queda da delação do Wagner”, completou Bento. Hentz também diz que o ex-presidente do Sindicato mentiu em seu depoimento.

O advogado disse que vai entrar com um embargo de declaração sobre a decisão, para que a justiça esclareça os motivos de rejeitar boa parte da defesa enviada. Ele ainda afirmou que está recorrendo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) da prisão preventiva de Maria Zuely.

Em outubro, após ser presa na primeira fase da Sevandija, Zuely chegou a ser liberada da cadeia por meio de uma liminar de habeas corpus, porém ela foi presa na segunda fase da Sevandija, na Operação Mamãe Noel.

O advogado de Wagner Rodrigues, Daniel Rondi, disse que Rodrigues está tranquilo “com o compromisso assumido com a justiça de falar e demonstrar materialmente tudo o que sabe, e assim vem procedendo. Não podemos opinar sobre a linha de defesa da acusada em questão”, complementou.


Foto: divulgação

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