Filha de investigado na Sevandija entrega R$ 100 mil ao Ministério Público
Filha do advogado Sandro Rovani foi alvo da Operação Houdini, braço da Sevandija que apura lavagem de dinheiro

Filha de investigado na Sevandija entrega R$ 100 mil ao Ministério Público

De acordo com o advogado de Ana Cláudia Silveira, que também é investigada, a medida mostra que a cliente não praticou lavagem de dinheiro

A filha do advogado Sandro Rovani, um dos presos da Operação Sevandija, entregou ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, a quantia de R$ 100 mil, referentes a dois saques que teriam sido realizados por ela a pedido do pai, que está preso preventivamente em Tremembé desde março do ano passado.

Ana Cláudia Silveira, que foi um dos alvos da Operação Houdini, a quarta fase da Sevandija, que apura esquemas de lavagem de dinheiro, se apresentou voluntariamente na última quinta-feira, 12, para entregar a quantia, que foi depositada em uma conta judicial.

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Segundo o advogado Júlio Mossin, que defende Ana Claúdia, e também Sandro Rovani, além do ex-vereador Walter Gomes, a medida foi tomada para mostrar que ela não cometeu nenhum crime de lavagem de dinheiro. “O dinheiro que estava na posse dela foi devolvido. Ela não lavou dinheiro nenhum”, explica Mossin, que diz que os saques foram feitos a pedido de Sandro Rovani.  

“São partes dos saques que ela fez a mando do pai. Para deixar bem claro que ela não tinha ciência de origem do dinheiro e foi devolvido ontem. Esse dinheiro não pertence à Ana, mas o pai. Para demonstrar boa fé, ela devolveu o dinheiro. A única pessoa dentro da Operação Sevandija que devolveu dinheiro”, completou.

A filha de Rovani, que é acusado de ser o interlocutor das supostas fraudes em licitações entre a construtora Atmosphera e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp), além de, também, ser suspeito de participar do esquema de divisão de propinas para o pagamento dos honorários advocatícios de Maria Zuely Librandi.

Neste caso, um dos quatro processos abertos em decorrência da Operação Sevandija, Julio Mossin, que defende Sandro Rovani, afirma em suas alegações que o advogado foi alvo de uma delação “mentirosa”, realizada pelo ex-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Wagner Rodrigues.

Segundo a defesa, uma lista apresentada por Rodrigues, que também foi encontrada no escritório de Sandro Rovani, teria sido forjada. Este papel aponta como seria o esquema de divisão de propina para que a prefeitura pagasse os honorários advocatícios de Maria Zuely Librandi.


Foto: Reprodução

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