Defesa de Nogueira pede para depor sobre a Lava Jato
Defesa de Nogueira pede para depor sobre a Lava Jato

Defesa de Nogueira pede para depor sobre a Lava Jato

Em dezembro de 2016, executivos da Odebrecht afirmaram que o prefeito de Ribeirão Preto recebeu recursos não declarados à justiça eleitoral

O prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), irá depor na Procuradoria Regional da República na próxima semana, sobre a citação de seu nome em delação do ex-diretor da Odebrecht, Claudio Melo, que afirmou que Nogueira teria recebido R$ 350 mil que não foram declarados para a campanha para a Câmara em 2010. O depoimento será na sede da procuradoria, em São Paulo.

Melo ainda citou que o prefeito de Ribeirão Preto teria recebido outros R$ 300 mil em doação da construtora no ano de 2014 - estes declarados.

Na chamada “Lista de Fachin”, em que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) pediu a abertura de inquéritos da Lava Jato, em razão do acordo de delação premiada dos executivos da Odebrecht, o Supremo pediu que a abertura das investigações sobre o prefeito de Ribeirão Preto fosse decidida pela Procuradoria Regional da República.

Segundo a procuradoria, a defesa do prefeito entrou em contato com a procuradora do Núcleo de Combate à Corrupção que recebeu o caso, interessada em marcar uma oitiva, mas em razão do caráter preliminar das informações, apenas as partes poderiam se manifestar, disse em nota.

Na última semana, o Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal em São Paulo já havia requisitado a instauração de 12 inquéritos policiais para a investigação de supostas irregularidades mencionadas por executivos da Odebrecht, porém o inquérito envolvendo Nogueira não estava entre os apontados pela procuradoria.

Os fatos narrados se referem a possíveis pagamentos de propina e caixa 2 da construtora Odebrecht a diversos agentes públicos e candidatos, principalmente nas eleições de 2010, 2012 e 2014.

Os 12 ofícios para instauração de inquérito foram enviados à Polícia Federal. Ainda faltam 15 petições, das 27 que o ministro do Supremo Edson Fachin encaminhou à primeira instância da Justiça Federal em São Paulo, em abril - entre elas a de Nogueira.  A remessa se deveu ao envolvimento de pessoas sem prerrogativa de foro citadas nos depoimentos dos executivos, como é o caso do prefeito de Ribeirão Preto.

Em nota, o prefeito disse que se dispôs a depor para acelerar o esclarecimento dos fatos. "Preferi me antecipar e depor espontaneamente porque tenho interesse que tudo seja esclarecido. Também quero colaborar com os responsáveis por uma eventual investigação. Não pretendo interferir na apuração dos fatos, mas apenas demonstrar disposição em comprovar minha inocência e a lisura na prestação de contas de campanha. Já participei de 11 campanhas eleitorais e em todas elas tive as contas aprovadas pela justiça eleitoral. Com 22 anos de vida pública não tenho contra mim nenhum processo. Reafirmo, como já disse em outras ocasiões, que estou tranquilo e confiante nos esclarecimentos dos fatos. E Sempre que necessário estarei contas de todos os meus atos. Até porque, creio que deve ser a conduta de todos que fazem vida pública", informou.


Foto: FL Piton

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