Polícia Federal indicia vereador Isaac Antunes em Ribeirão Preto
Caso será analisado pelo promotor de Justiça Aroldo Costa Filho, que já havia estudado pela cassação do político em 2018

Polícia Federal indicia vereador Isaac Antunes em Ribeirão Preto

O parlamentar é investigado por suposto envolvimento em crime eleitoral e associação criminosa antes de ser eleito

O vereador Isaac Antunes (PR), acusado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) de ter se beneficiado politicamente de esquema investigado pela Operação Têmis, do MP com a Polícia Civil, foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por associação criminosa e crime eleitoral em Ribeirão Preto.

Com duração de 18 meses, a PF concluiu um inquérito relacionado à Operação Têmis e o encaminhou ao Ministério Público nessa terça-feira, 2.

Em comunicado enviado à imprensa, a assessoria de Antunes afirma que, até o momento, o parlamentar não foi notificado sobre o caso e informa que todos os esclarecimentos já foram prestados. “O trabalho continua”.

O Portal Revide procurou o promotor de Justiça Aroldo Costa Filho, que será o responsável por avaliar o relatório e pedir uma possível cassação do mandato. Porém, o representante da justiça ainda não recebeu o documento. “Ainda não tive acesso ao inquérito e também não li o relatório do delegado. Os arquivos devem estar no cartório do Ministério Público”.

Costa Filho tem relação com o caso, já que no início de 2018, com a realização da Operação Têmis, ele disse que iria pedir à Justiça Eleitoral a cassação do vereador.

Costa Filho afirmou na ocasião que o vereador tinha ligação com os advogados investigados na operação e, por este motivo, vai pedir à Justiça Eleitoral que analise o mandato do parlamentar. Segundo o promotor, Isaac Antunes utilizava um projeto intitulado de “Muda Ribeirão” para que pessoas com nome sujo nos serviços de proteção de crédito conseguissem limpar o nome, sem cobrar nada por isso.

O vereador negou conhecer ou ter qualquer envolvimento com os investigados na operação, e diz que há um equívoco na associação do nome dele com o esquema.

Câmara Municipal

Em fevereiro de 2018, o Conselho de Ética da Câmara Municipal de Ribeirão Preto recebeu as representações propostas pelo Ministério Público de São Paulo contra Antunes. Houve uma reunião no dia 16 de março do último ano e o caso foi arquivado pelos parlamentares.

No caso de Isaac, a situação surgiu no dia 12 de janeiro após oficio enviado pelo Ministério Público à Câmara Municipal, em que o promotor de justiça Aroldo Costa Filho noticiou eventual participação do vereador na prática de captação ilegal de votos, que violaria, em tese, o disposto no artigo 41-A da Lei Eleitoral 9.504/97.

O relatório teve conclusão de que o caso foi pertinente à realização de eleições, fato que ocorreu antes da diplomação dos vereadores. Assim, os fatos relatados não foram, segundo o relatório, de competência da Câmara Municipal, e não podem ser abrangidos pelo Conselho de Ética. O processo foi arquivado.


Foto: Allan S. Ribeiro/Câmara

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