Prefeitos da região vão pedir ajuda contra o Aedes aegypti

Prefeitos da região vão pedir ajuda contra o Aedes aegypti

Decisão de enviar documento assinado por prefeitos de várias cidades foi tomada em reunião nesta sexta; mutirões terão PMs e soldados do exército

Prefeitos da região de Ribeirão Preto vão assinar um documento conjunto com pedido de ajuda dos governos estadual e federal para combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre zika, febre amarela e chikungunya. A decisão de elaborar o pedido de ajuda foi tomada em reunião realizada no palácio Rio Branco, sede da Prefeitura de Ribeirão, na tarde desta sexta-feira.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Stênio Miranda, o documento com pedido de ajuda deve ser enviado aos governos estadual e federal. Stênio sugere que o documento também vá para a Assembleia Legislativa do São Paulo (Alesp), Câmara dos Deputados e Senado Federal.

Participaram da reunião coordenada pela prefeita Dárcy Vera (PSD) representantes de 29 cidades da região, incluindo vários prefeitos que falaram sobre as experiências de seus municípios. Em Batatais, por exemplo, a Prefeitura adotou a colocação de bandeiras vermelhas na entrada de bairros onde a infestação do mosquito é maior. A redução leva à troca por bandeira amarela e, depois, para verde.

O prefeito de Guariba Francisco Dias Mançano Júnior (PSDB) defendeu multa a quem não mantém suas casas e áreas limpas. “O cidadão que é multado pode não gostar, mas o restante da população agradece”, disse. O prefeito disse que quando os casos começaram a aumentar, a Prefeitura aplicou o fumacê e as pessoas se acomodaram. “O povo relaxou e tivemos uma epidemia”.

Mutirão

O secretário Stênio Miranda, que participou de reunião em São Paulo para discutir o combate à dengue informou aos prefeitos que a Defesa do Civil está convocando o Exército e a Polícia Militar para ajudar em mutirões de erradicação de criadouros do Aedes aegypti. “Para todo o estado serão mil soldados do Exército e mil policiais militares”, afirmou.

O secretário explicou que o primeiro grande mutirão do Estado será realizado no dia 23, mas em Ribeirão será realizado no dia 30 de janeiro. “Ideia é juntar as pessoas e fazer grandes mutirões para diminuir a presença do Aedes. Fala-se até em extinção, mas esta é uma tarefa difícil”, apontou. Para ele o problema só será mesmo resolvido com união.

Agentes e verbas

A infestação crescente do mosquito transmissor de doenças se agrava em função da falta de agentes comunitários de saúde e de verbas destinadas ao setor. Stênio Miranda disse que o governo estadual repassou apenas metade da verba destinada à saúde, no mês passado. O governo federal também repassou apenas os valores para o pagamento de hospitais, que representa também a metade do repasse.

A falta de agentes é outro complicador. De acordo com o secretário, Ribeirão tem um agente para cada 1,5 mil residências, quando o ideal seria um para cada mil moradias. Com a assinatura de um decreto de estado de emergência, a Secretaria da Saúde deve contratar mais 20 agentes já neste mês. “Temos concurso realizado e vamos chamar novos 20 agora”, afirmou.

 

Foto: Guto Silveira

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