Em fase de crescimento

Em fase de crescimento

Empresas abertas com a palavra “vegano” no nome tiveram um aumento de 500% na última década

De janeiro de 2016 a janeiro de 2021, o volume de buscas pelo termo “vegano” cresceu 300% no Brasil, de acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). A SVB ainda estima que atualmente no país existam 3,5 mil estabelecimentos que oferecem pelo menos uma opção vegana no cardápio. Apesar de não existirem pesquisas no Brasil sobre o número de veganos, é possível observar um crescimento desse público. Em 2018, 14% da população se declarou vegetariana, o que representa quase 30 milhões de brasileiros. Em uma década, o número de empresas abertas com a palavra “vegano” no nome teve um aumento de 500%. Dessa forma, o mercado para o público vegetariano e vegano, que são produtos e alimentos feitos sem nenhum derivado animal, está em uma tendência de alta nos últimos anos.


Os flexitarianos – pessoas adeptas a uma dieta com redução do consumo animal – contribuem para o impulsionamento do mercado vegano. Conforme um estudo da Allied Market Research, esse mercado foi avaliado em 19,7 bilhões de dólares em 2020 e a expectativa é que cresça para mais de 36 bilhões até 2030. O programa de certificação vegana da SVB também é um termômetro do crescimento deste mercado. O Programa Selo Vegano já contempla mais de 2,9 mil produtos com aproximadamente 160 marcas diferentes, sendo a maioria de alimentos, mas também há produtos cosméticos, de higiene pessoal, suplementos alimentares, produtos de limpeza, lavanderia e calçados.


A engenheira ambiental, Andrea Bombonato, ajuda pessoas a fazerem a transição para o veganismo. Para ela, o crescimento vegano no setor alimentício é um reflexo de uma mudança coletiva. “As pessoas estão cada vez mais conscientes sobre os impactos de suas escolhas, tanto para os animais quanto para o meio ambiente”, comenta. Além disso, Andrea relata o crescimento e a importância dos alimentos plant-based, que seria o consumo de alimentos com sabores e nutrientes mais puros, vindo diretamente da natureza. “Este tipo de alimento vem ganhando adeptos de outros públicos que têm como objetivo reduzir ou até mesmo substituir o consumo de produtos de origem animal”, relata.


O evento VegRibeirão, organizado por Andrea, é realizado desde 2012 com o propósito de difundir o veganismo em Ribeirão Preto. Ela comenta que o evento é uma “vitrine do veganismo” que mostra para as pessoas que existe um universo de sabores mesmo com produtos sem derivados animais. A FeiraVeg deste ano contará também com a presença de pequenos empreendedores locais que possuem produtos artesanais, como cosméticos naturais e moda sustentável, sem a utilização de ingredientes de origem animal e não testados em animais. O evento acontecerá no dia 26 de junho, das 12h às 19h.


Outro evento que é realizado para este público é a Feira da Fábrica. A feira é feita mensalmente no Instituto SEB em Ribeirão Preto e engloba os pilares da sustentabilidade, do veganismo e do vegetarianismo. A curadora da feira e produtora cultural, Bruna Lapenta, destaca que o intuito destes eventos é conectar marcas autorais ao público, estimular novos fluxos econômicos e fortalecer o pequeno negócio. “É um olhar diferente e mais consciente sobre consumo, dentro de todos os segmentos que ele engloba, além de ressaltar a importância de uma alimentação mais saudável e diversa”, ressalta a curadora. Com isso, Bruna entendeu a necessidade de um espaço voltado para este público e assim surgiu a ideia da criação de uma feira com essência vegana. “Consigo notar desde a primeira edição um volume grande de veganos e vegetarianos que visita a feira e esse número não para de crescer”, comemora Lapenta. “A minha expectativa é que a Feira da Fábrica continue alcançando mais e mais pessoas a cada edição”, complementa. 

 

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