Taxa de Mortalidade Infantil em Ribeirão é a segunda menor do Estado
Taxa de Mortalidade Infantil em Ribeirão Preto é a segunda menor do Estado de São Paulo

Taxa de Mortalidade Infantil em Ribeirão é a segunda menor do Estado

Informações foram divulgadas no início deste ano pela Fundação Seade; taxa cai de 11,4 para 8,5 óbitos

Os últimos dados divulgados pela Fundação Seade apontam que a Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) de Ribeirão Preto é a segunda menor do Estado de São Paulo e 20,6% menor do que a média estadual, que é de 10, 7 óbitos por mil nascidos vivos.  As informações divulgadas recentemente, também mostram que houve uma redução de 2,8 óbitos de 2014 para 2015, caindo de 11,4 para 8,5 mortes de menores de um ano por mil nascidos vivos, índice menor do que o considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo 10 mortes para cada mil nascidos.

Segundo informações da fundação, no período de 2000 a 2015, a TMI da região permaneceu menor que a média estadual, registrando uma redução de 38%.

De acordo com a pediatra Juliana Arenas, a diminuição dos casos ocorre devido à cidade ser um município de elevado índice de desenvolvimento humano, econômico e também pelo fato de ser referência em saúde, educação e pesquisas. “Temos políticas de ações preventivas que colaboram, desde o atendimento pré-natal à gestante, a qualidade da assistência ao parto, o incentivo ao parto normal, qualidade do atendimento  ao recém-nascido, incentivo ao aleitamento materno, a vacinação e  até as consultas médicas e de enfermagem. Todas essas estratégias explicam a taxa de mortalidade infantil ser mais baixa na nossa região”, diz Juliana.

A pediatra explica ainda que mesmo com a queda do índice da TMI, algumas mortes prematuras são inevitáveis e vão continuar acontecendo, por conta de algumas doenças, ainda, não terem cura. “Não basta termos recursos sanitários, de prevenção e recursos terapêuticos de combate às doenças. Conseguimos apenas reduzir os níveis de mortalidade infantil a seus níveis mínimos, mas haverá problemas médicos individuais como doenças que ainda não sabemos evitar ou curar, malformações inoperáveis, doenças genéticas e as causas externas”, afirma a pediatra.

Apesar da redução de mortes de 2014 para 2015, no ano de 2016, segunda a pediatra, houve o surto do Zika vírus, que se tornou um problema não só regional, mas mundial, podendo colaborar para mudança dessas taxas.

Além desses resultados, os dados também mostram que as taxas específicas foram menores que a média estadual para todas as idades sendo 16,7% no período neonatal precoce, 9,5% no neonatal tardio e 34,4% no pós-neonatal. De acordo com informações da Fundação Seade, essas diferenças estão associadas ao comportamento das principais causas de morte, em especial ao grupo de afecções originadas no período perinatal e de malformações congênitas, cujas taxas foram menores que a média estadual: 24,2% e 28,0%, respectivamente.

Para o pediatra Thiago Hirose, a queda na TMI também acontece por conta da intervenção do poder público e serviços particulares. “A melhoria nas tecnologias empregadas nas instituições públicas e privadas visando à promoção da saúde e evitar mortes nesta faixa etária, como as UTIs neonatais, UTIs pediátricas, novas técnicas cirúrgicas, tratamentos, exames desenvolvidos para diagnósticos, tratamentos de doenças, maior quantidade de crianças sendo amamentadas em seio materno, promoção das vacinas, acesso das crianças às consultas do pediatra e acesso das gestantes às consultas de pré-natal”, opina Hirose.

Principais Causas da Taxa de Mortalidade Infantil

Segundo o pediatra Hirose, “as anomalias congênitas e as complicações da prematuridade são as principais causas atuais de mortalidade infantil no Brasil, com cerca de 21 casos para cada 100 mil crianças”. Além dessas, doenças infecciosas e parasitárias, doenças do aparelho respiratório, doenças das glândulas endócrinas, nutrição e causas mal definidas também causam as mortes prematuras.

A mortalidade pós-neonatal, óbitos de crianças que acontecem após os primeiros 28 dias de vida, de acordo com Juliana, é substancialmente um problema social. A ampliação e distribuição dos recursos econômicos e sociais são necessárias e suficientes para a prevenção e para o combate das doenças relacionadas a este período. Outro componente é a mortalidade neonatal, que são os óbitos de crianças do nascimento até 28 dias de vida, causada pelas complicações da prematuridade, eventos relacionados ao parto e infecções.

Hirose explica ainda que a melhora na assistência ao nascimento dos bebês, como os prematuros que conseguem sobreviver mais, por conta da maior estruturação das unidades de terapia intensiva infantis, tem sido um dos fatores colaborativos para a diminuição do índice.

Além disso, o doutor explica que a maior adesão das crianças às consultas com o pediatra, o calendário vacinal praticado que previne a ocorrência de doenças graves, a melhora na quantidade e qualidade nutricional das crianças, maior qualidade na tecnologia voltada à saúde, melhora do saneamento básico nas casas, dentre outras causas, também colaboram para a queda.


Foto: Pixabay

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