Dezembro Laranja: novas tecnologias aumentam a precisão no diagnóstico precoce do câncer de pele

Dezembro Laranja: novas tecnologias aumentam a precisão no diagnóstico precoce do câncer de pele

Inteligência artificial também começa a ser usada por médicos especialistas em busca de tratamentos mais eficientes do tipo de câncer mais comum no Brasil

Mais de 220 mil novos casos de câncer de pele foram registrados no Brasil em 2024, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). O número representa cerca de um terço de todos os diagnósticos oncológicos no país. Ainda segundo o Inca, mais de 8.400 casos são de melanoma, a forma mais agressiva de câncer de pele. Especialistas destacam que muitos casos poderiam ser prevenidos com hábitos adequados e tratados de forma mais eficaz com diagnóstico precoce. 

 

Para isso, a tecnologia tem se tornado uma peça-chave na identificação rápida e precisa do câncer de pele, transformando a maneira como médicos lidam com a prevenção e o tratamento da doença. Equipamentos modernos e sistemas automatizados oferecem um nível de detalhamento que supera os métodos tradicionais de análise visual, ajudando a detectar alterações mínimas em lesões cutâneas antes que se tornem ameaças à saúde.  

 

Esses equipamentos realizam um mapeamento completo do corpo, permitindo que lesões sejam acompanhadas ao longo do tempo com precisão milimétrica. Por meio de tecnologias que padronizam iluminação, ângulo e foco, cada imagem se torna uma ferramenta de comparação confiável. 

 

O câncer de pele, especialmente o melanoma, pode evoluir rapidamente. Ferramentas tecnológicas nos ajudam a detectar alterações ainda em estágios iniciais, quando as chances de cura são superiores a 90%. Esses dispositivos também são fundamentais para monitorar alterações sutis que, de outra forma, poderiam passar despercebidas no exame clínico. O uso de softwares avançados, aliados à inteligência artificial, potencializa a análise das imagens, sinalizando áreas de atenção para o especialista. 

 

"O Dezembro Laranja é muito importante para conscientizar sobre a prevenção e o tratamento precoce do câncer de pele. Além dos exames de rotina, que devem ser feitos pelo menos uma vez ao ano, como a anamnese, o exame clínico e a dermatoscopia, hoje contamos com a inteligência artificial (IA) nos métodos diagnósticos por imagens. Softwares ultramodernos de fotografia permitem fotografar o corpo inteiro em minutos, sem deixar nenhuma pinta de fora. Através da IA cada pinta é avaliada e gera uma estimativa da probabilidade de ser ou não um câncer de pele. Isso nos ajuda a conscientizar e mostrar ao paciente a importância desses exames.", explica a dermatologista Paula Bellotti.

 

 

Atualmente, há dispositivos capazes de fazer um mapeamento corporal completo por meio de fotografias detalhadas com auxílio de IA e automação. Com isso, o médico pode acompanhar com precisão qualquer alteração das lesões. "A ferramenta facilita a identificação precoce de lesões dermatológicas, especialmente do melanoma, que pode ser tratado com maior sucesso quando detectado em estágios iniciais. A tecnologia otimiza o trabalho médico e melhora a experiência do paciente", afirma Thalita Herek, Head clinica do Grupo Medsystems. Além de ser amplamente utilizado em clínicas dermatológicas, a inovação tem aplicações na medicina estética, auxiliando profissionais a documentar e avaliar procedimentos com precisão, garantindo resultados mais eficazes e seguros. 

 

A importância do diagnóstico precoce 

 

O diagnóstico precoce desempenha um papel importante no combate ao melanoma, uma forma de câncer de pele que, embora represente apenas 3% dos casos, é responsável pela maioria das mortes relacionadas à doença. Quando identificado nos estágios iniciais, as chances de cura ultrapassam 90%, proporcionando um prognóstico positivo. Entretanto, o melanoma é conhecido por sua evolução rápida e agressiva; se não tratado prontamente, pode se disseminar para outras partes do corpo (metástase), tornando o tratamento desafiador. 

 

Além disso, o tratamento dos carcinomas basocelulares e espinocelulares, tipos mais comuns de câncer de pele, também se beneficia do diagnóstico precoce. Embora menos agressivos, podem causar deformações ou comprometer estruturas importantes se não tratados adequadamente. 

 

Enquanto a tecnologia avança, hábitos preventivos continuam sendo essenciais para reduzir a incidência da doença. Além da proteção solar diária e do controle de exposição ao sol nos horários de pico (10 às 16 horas), algumas outras recomendações devem ser observadas:  

 

Uso de roupas e acessórios de proteção: Camisas de manga longa, chapéus de abas largas e óculos de sol com proteção UV oferecem uma camada extra de segurança contra a radiação. Prefira tecidos leves e de trama fechada, que bloqueiam a passagem dos raios solares. 

Realizar autoexame e observação de sinais: Realize inspeções regulares na pele, observando mudanças em pintas ou manchas. Critérios como assimetria, bordas irregulares, coloração variável e diâmetro superior a 6 mm devem ser analisados com atenção. Em caso de dúvida, consulte um dermatologista. 

Consultas regulares ao dermatologista: Mesmo sem sintomas aparentes, visitas anuais ao especialista são essenciais. Um profissional capacitado pode identificar alterações invisíveis a olho nu, aumentando as chances de um diagnóstico precoce. 

Evitar câmaras de bronzeamento: Estudos apontam que o uso dessas câmaras aumenta em até 75% o risco de desenvolver melanoma. Essa prática é desaconselhada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 


Freepik/Tamer Comunicação

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