Novembro azul: Ribeirão Preto registra queda no número de casos de câncer de próstata
A doença é silenciosa. Pode apresentar sintomas leves que, muitas vezes, geram confusão

Novembro azul: Ribeirão Preto registra queda no número de casos de câncer de próstata

Para especialista, redução pode estar relacionada à não realização dos exames que levam ao diagnóstico da doença

Segundo dados do DataSus, Ribeirão Preto registrou, entre janeiro e a metade de outubro deste ano, 78 pacientes com câncer de próstata. O número sugere uma queda se comparado ao mesmo período de 2019, quando foram contabilizados 215 casos. A preocupação dos especialistas é que a diminuição dos diagnósticos pode estar relacionada à não realização de exames periódicos. “Com a pandemia, alguns exames de rotina e de rastreamento de doenças foram adiados. Este fato impacta diretamente as chances de cura de cada paciente. Campanhas de conscientização, como o Novembro Azul, reforçam a importância de estarmos sempre em alerta para cuidar da nossa saúde”, afirma o oncologista Carlos Fruet, do InORP Oncoclínicas.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, no triênio 2020-2022, serão 65.840 novos casos por ano no Brasil, sendo o câncer de próstata o segundo tipo mais incidente nos homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Ainda de acordo com o Instituto, cerca de 75% dos casos no mundo acontecem a partir dos 65 anos.

Diagnóstico

A doença é silenciosa. Pode apresentar sintomas leves que, muitas vezes, geram confusão, como, por exemplo, a dificuldade para urinar ou a alta frequência, comuns, também, quando há o crescimento benigno da próstata devido à idade. Os sinais da fase avançada incluem dores ósseas, infecções generalizadas e insuficiência renal. Na maioria dos casos, o crescimento ocorre de maneira lenta – cerca de 15 anos para atingir 1 cm –, mas existem quadros em que o câncer evolui rapidamente e pode se espalhar por outros órgãos. “A recomendação das sociedades mundiais é que os homens sejam avaliados anualmente pelo urologista. Para aqueles que possuem casos de câncer de próstata na família, a indicação é que o acompanhamento comece ao redor dos 40 anos. Entre os exames necessários, estão a dosagem de PSA (exame de sangue) e o toque retal. Este último ainda é considerado tabu para muitos homens, mas precisamos desmitificar isso. Ele é rápido, não causa dores ou complicações após sua realização e, o mais importante, pode salvar vidas”, ressalta. Após o exame, se constatada alguma alteração, é feita a biópsia e todos os procedimentos para se confirmar ou não a neoplasia.

Prevenção

O oncologista explica que a principal forma de prevenção é adotar hábitos saudáveis. “Ter uma vida equilibrada – com a prática regular de exercícios físicos e a manutenção do peso corporal, com uma alimentação rica em proteínas, verduras, legumes e frutas, evitando o consumo de álcool em excesso e o tabagismo – ajuda na saúde de modo geral”, enfatiza. Além disso, para Carlos Fruet, o autocuidado e o acesso a informações corretas sobre o assunto são fundamentais. “A falta de autocuidado masculino pode ser muito prejudicial. Precisamos ampliar as conversas, não só sobre o câncer de próstata, mas também sobre outras neoplasias masculinas, como a de pênis. Esse é um tipo de câncer grave e, em alguns casos, pode levar à amputação do órgão. A higiene adequada e o uso de camisinha durante as relações sexuais são duas formas de prevenção básicas contra o HPV, maior causa deste tipo de câncer e fator associado à outras doenças, como câncer de ânus e de cabeça e pescoço. Por tudo isso, é essencial buscar a orientação de um especialista”, aponta o médico.


Foto: Banco de imagens

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