
O uso de óculos em crianças está cada vez mais comum
Acessório deixou de ser apenas moda para se transformar em instrumento de auxilio visual cada dia mais presente na vida da garotada
Sempre foi comum ver crianças com óculos a partir dos sete ou oito anos de idade, quando começa a alfabetização nas escolas. É nessa hora que ficam mais evidentes os aparecimentos dos problemas da visão. No entanto, hoje a situação não é a mesma. Cada vez mais cedo, meninos e meninas têm a necessidade de recorrer ao acessório.
Segundo o médico oftalmologista, Roberto Pinto Coelho, o uso precoce de óculos nas crianças é causado pela facilidade de diagnóstico e leitura excessiva de perto, fazendo com que os pais ou responsáveis fiquem mais atentos aos cuidados da visão.
A empresária Giovanna Santana Piovan, 35 anos, resolveu procurar por um oftalmologista para o seu filho Murilo, 3, quando ele começou a apresentar reações diferente em relação à visão. “Quando o Murilo brincava com outras crianças, principalmente dentro de casa com seus irmãos, eu percebia que muitas vezes ele pegava os objetos com as próprias mãos e aproximava demais dos olhos, e só assim identificava qual brinquedo era,” relata.
Além disso, a empresária comenta ainda que sempre que Murilo assistia a filmes, ele levantava e ficava em pé perto da televisão para ter uma visão melhor. “Eu pedia para ele se sentar, mas a resposta era sempre a mesma: ‘Mas mamãe, eu gosto mais de assistir daqui. Porque do sofá eu não consigo ver’,” conta.
O médico explica que só o oftalmologista é capaz de perceber alguns casos na visão da criança, pois tem deficiências visuais que as mães demoram a perceber e o oftalmo tem uma série de exames para fazer, que são realizados desde o nascimento até aos mais velhos.
O pequeno Murilo foi diagnosticado com hipermetropia, o que Coelho explica que é a dificuldade de enxergar de longe e de perto, afetando mais crianças do que adultos.
A mãe de Murilo relata ainda que antes de saber que ele tinha hipermetropia nos dois olhos, não tinha feito nenhum acompanhamento com o oftalmologista, pois acreditava que o pediatra iria sugerir a ida ao profissional de visão, assim como ele fez com os dois filhos mais velhos. “Após a primeira consulta, com a surpresa do resultado, procuramos uma segunda opinião. Inicialmente foi difícil aceitar que ele precisaria usar os óculos com um grau tão elevado, com 7.75 no olho direito e 7.50 no olho esquerdo,” lembra.
Com armações, lentes resistentes e flexíveis, ideais para crianças de idade de três anos, Murilo está feliz com o presente, o óculos, pois agora tem o poder da visão, "igual do Capitão América", brinca a mãe.
Para os pais ficarem mais atentos aos cuidados que devem tomar na infância, o médico aconselha verificar se a criança tem alguma dificuldade visual, como assistir televisão muito próxima ao aparelho, cerrar os olhos para enxergar, colocar objetos muito próximos e analisar se a criança tem "olho torto", mais conhecido como estrabismo, que é o desequilíbrio na função dos músculos oculares, fazendo com que os olhos não fiquem paralelos. É fundamental levar a criança ao oftalmologista regularmente.
Revide On-line
Laura Scarpelini
Fotos: Arquivo Pessoal