Ribeirão Preto registra a menor média de nascimentos dos últimos 12 anos

Ribeirão Preto registra a menor média de nascimentos dos últimos 12 anos

Apesar da queda no número de filhos, qualidade no parto e taxa de mortalidade infantil diminuíram

Em 2019, Ribeirão Preto registrou a menor média de nascimentos dos últimos 12 anos. Segundo dados referentes a nascidos vivos da Secretaria Municipal de Saúde, entre janeiro e novembro de 2019, foram realizados 7,1 mil partos de mulheres residentes em Ribeirão Preto. Foram cerca de 649 partos por mês. Em 2018, a média foi de 692 e, em 2017, de 693.

A tendência também pode ser observada em todo o Estado de São Paulo. Segundo dados divulgados pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), em 2018, foram 605 mil partos em todo o estado. O número absoluto é menor do que os 771 mil registrados em 1982, ano com o maior número de nascimentos segundo a série histórica.

A queda revela outro indicador que vem caindo nos últimos anos; a taxa de fecundidade total. Esse número representa a quantidade média de filhos nascidos vivos por mulher ao final do período reprodutivo, de 15 a 49 anos. O número passou de 2,08 filhos em 2000 para 1,70, em 2018.

Em Ribeirão Preto, a série histórica tem início em 1994. Ela revela que, entre 1994 e 2000, a média era de 8,6 mil nascimentos por ano. Entre 2001 e 2010, a média foi de 7,7 mil, década em que foi registrado o menor índice de nascimentos. Eles voltaram a crescer entre 2011 e 2018, com cerca de 8,3 mil, com cerca de 300 partos a menos por ano, em relação aos anos 90.

Segurança

Se por um lado o número de nascimentos diminuiu, por outro, a qualidade do parto, do atendimento pré-natal e as taxas de mortalidade infantil diminuíram. Segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde, o número de crianças mortas antes do primeiro ano de vida, a cada 100 mil nascimentos em Ribeirão Preto, foi de 9,42 em 2017. O índice pouco avançou a partir dos 9,8 registrados em 2006 na cidade. A não ser, durante o surto de Zika vírus, entre 2014 e 2016.

Segundo Ricardo de Carvalho Cavalli, docente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP-USP, na última década, uma série de avanços proporcionaram maior segurança na hora do parto. O profissional destaca a possibilidade de monitoramento do bebê e da mãe durante todo o trabalho de parto, a presença de uma equipe treinada e especializada na assistência ao parto e a possibilidade de alteração do tipo de parto.

“Por exemplo realizar o parto cesárea caso seja necessário. Como também houveram avanços na qualidade do pré-natal, incluindo o exames especializados e as avaliações ultrassonográficas”, explica Cavalli.

Os números de bebês que nasceram sem nenhum exame pré-natal diminuíram drasticamente nos últimos anos, o que explica, entre outros fatores, a redução da mortalidade infantil.

Em 1996, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, 201 partos foram realizados em Ribeirão Preto sem que a mãe tivesse realizado nenhuma consulta pré-natal. O número caiu para 172 em 2000, 77 em 2005 e 22 entre janeiro e novembro de 2019.

“O aumento do número de consultas e da qualidade delas no atendimento, traz benefícios no acompanhamento do desenvolvimento da gestação dentro da normalidade. Além da detecção de desvios e anormalidades com a mãe ou com o bebê que podem ser corrigidos como, por exemplo infecções, controle da pressão arterial, controle da diabetes e prevenção do parto prematuro”, conclui o obstetra.


Foto: Pixabay

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