Em protesto, ambulantes exigem o direito de trabalhar no Calçadão
Com aproximadamente vinte manifestantes, ambulantes foram ouvidos pelo vereador Adauto Marmita (PR)

Em protesto, ambulantes exigem o direito de trabalhar no Calçadão

Manifestantes também reclamaram da "truculência da polícia"

Um grupo de aproximadamente vinte ambulantes se reuniu em frente ao Palácio do Rio Branco, sede da Prefeitura de Ribeirão Preto, para exigir melhores condições de trabalho. O protesto aconteceu nesta quinta-feira, 23.

Os protestos começaram durante a fala do prefeito Duarte Nogueira (PSDB), na solenidade de liberação de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Durante o evento, dentro do salão nobre da prefeitura, era possível ouvir os apitos e palavras de ordem do lado de fora.

Os ambulantes reclamam da falta de estrutura do Shopping Popular da Rua General Osório. “Tem problemas no prédio, problemas de vagas [para estacionamento], além da prostituição que fica praticamente na porta. Ninguém quer ir lá. Eu consigo mais dinheiro vendendo na rua do que lá dentro”, reclama o comerciante Raimundo José, que tem um estande no Shopping.

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Já o ambulante Daniel de Oliveira critica a atuação da fiscalização municipal, além da abordagem da Polícia Militar. "Estamos aqui para reivindicar o nosso direito de trabalhar. Estão colocando além da fiscalização, a Policia Militar em cima da gente. Os comerciantes reclamam que estão sendo atingidos pela crise, mas nós também estamos. O governo quer gastar dinheiro pagando PM para prender trabalhador. Não estamos querendo fazer nada de errado, só conseguir o nosso ganha-pão”.

Sem saber da sessão do PAC, os manifestantes pretendiam falar com o prefeito Duarte Nogueira (PSDB), mas foram atendidos pelo vereador Adauto Marmita (PR) em uma reunião no Fundo Social de Solidariedade, prédio que fica na Rua Cerqueira César, em frente ao palácio. “Na reunião conversamos sobre a possibilidade dos ambulantes trabalharem no Quadrilátero Central. Eles querem trabalhar de maneira correta, pagando os impostos e não coagidos pela fiscalização. Fizemos um documento com todas as reivindicações e entregaremos para a primeira dama [Samanta Pineda, presidente do Fundo Social de Solidariedade] e o prefeito".

Outro entrave na situação dos ambulantes é questão dos lojistas do Calçadão. A Associação Industrial e Comercial de Ribeirão Preto (Acirp) já divulgou uma carta na qual se dizia contrária ao comércio de ambulantes no Calçadão e no Quadrilátero. Procurada, a Acirp respondeu por meio de nota.

Para a Associação, a concorrência é desleal, e afirma não serem contrários aos ambulantes legais, registrados na prefeitura,  mas não admitem que "Ribeirão Preto seja tomada por quem está na ilegalidade, vendendo mercadorias de origem duvidosa, sem garantia ao consumidor e sem atender as normas sanitárias". 

A Acirp também reiterou o fato do comércio no local, atualmente, ser ilegal. "A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto é a favor da legalidade. E a legislação é clara, quando determina a proibição do trabalho destes ambulantes no Quadrilátero, nas proximidades de escolas e parques. Toda atividade ilegal prejudica a sociedade", conclui.


Foto: Paulo Apolinário

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