Colégio Metodista completaria 123 anos em setembro
Escola suspendeu as atividades na última sexta-feira, 21 de janeiro 

Colégio Metodista completaria 123 anos em setembro

Escola centenária encerrou suas atividades em Ribeirão Preto na última sexta-feira, 21 

Na última sexta-feira, 21 de janeiro, o Colégio Metodista de Ribeirão Preto suspendeu em definitivo suas atividades após 122 anos de funcionamento na cidade.

Fundado em setembro de 1899 pela missionária americana Leonora Dixon Smith, a  rede enfrentou uma crise financeira e teve um pedido de Recuperação Judicial rejeitado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), em setembro do ano passado. A rede tem unidades em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Em nota, o Colégio informou que suspendeu suas atividades devido ao agravamento da sua situação financeira e que todo apoio escolar e administrativo está sendo prestado às famílias e alunos. 

História centenária 

Uma das mais antigas instituições de ensino de Ribeirão Preto, o Colégio Metodista foi fundado no dia 5 de setembro de 1899 pela missionária americana Leonora Dixon Smith e funcionava, inicialmente, nas dependências da Igreja Metodista de Ribeirão Preto. 

A missionária iniciou suas atividades como docente em Piracicaba, no Colégio Piracicabano em 1896, e mudou-se para Ribeirão Preto em 30 de agosto de 1899. Leonora Smith esteve na direção do Colégio de sua fundação até o fim de 1902, quando viajou aos Estados Unidos, retornando ao Brasil em 1905 e reassumindo a direção da escola, onde permaneceu até o fim de 1906.

Em 1914, a escola mudou para o prédio na rua Florência de Abreu, no centro da cidade, onde permaneceu até este ano após 122 anos de atividade. 

Situação financeira

O professor de Filosofia e Sociologia Matheus Arcaro contou que começou a trabalhar no Metodista em 2019 e o colégio já não estava bem financeiramente. “Pagavam salário atrasado e não pagavam algumas coisas, como o vale alimentação. Eles foram nos convencendo de que a situação estava melhorando, tanto que entrou em recuperação judicial em abril de 2021 e, a partir daí, começamos a receber o salário em dia. A gente foi descobrir depois que eles nunca depositaram nosso FGTS. Tem pessoas que a escola está devendo R$ 200 mil, que já até saíram de lá e entraram na Justiça”, disse.

Ainda de acordo com o professor, houve uma reunião no começo de dezembro do ano passado, na qual foi comunicado que daria tudo certo por já estarem em recuperação judicial. “Já na reunião de hoje, eles simplesmente anunciaram o fechamento da escola, sem nenhum tipo de respaldo, e esperaram justamente o dia 21. Afirmaram que vão pagar todos os direitos trabalhistas de forma parcelada, mas eles vêm fazendo promessas para a gente há cerca de três anos e nunca cumprem”, ressaltou. Ele também disse que está bastante preocupado com sua situação financeira a partir de agora. “Trabalho em outra escola, mas não é o suficiente e preciso urgente de outra fonte de renda”, destacou Matheus.

Procurado pela reportagem do Portal Revide, o Colégio Metodista de Ribeirão Preto informou, em nota, que suspendeu suas atividades no dia 21 de janeiro devido ao agravamento de sua situação financeira. “Todo apoio escolar e administrativo está sendo prestado às famílias e aos alunos, para que possam prosseguir regularmente com seu ano letivo em outra instituição”, finaliza o comunicado.

A assessoria da escola não respondeu sobre a falta de pagamento do FGTS dos professores e nem sobre quais acordos serão feitos para o pagamento dos direitos trabalhistas dos docentes
 

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Fotos: Reprodução/Google Maps

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