Golpe no IPM: Polícia investiga ligação entre crime e Operação Ostentação
Líder da quadrilha investigada na Operação Ostentação possuía diversos carros de luxo na garagem

Golpe no IPM: Polícia investiga ligação entre crime e Operação Ostentação

Prejuízo para os cofres públicos foi de quase R$ 200 mil


O golpe, noticiado em primeira mão pelo Portal Revide, veio à tona após publicação de uma sindicância no Diário Oficial do Município, nessa quinta-feira 29. No relatório final da Comissão Sindicante Investigatória, foi determinada a exoneração do diretor financeiro do IPM, Miguel Boudakian Moysés, que estava afastado desde o dia 10 de outubro deste ano.


A Delegacia Seccional de Polícia de Ribeirão Preto investiga a ligação entre o golpe cibernético sofrido pelo Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM) de Ribeirão Preto, com a quadrilhada investigada na Operação Ostentação, deflagrada em São Paulo e no Tocantins.

O golpe que culminou na exoneração de um diretor financeiro e no prejuízo de R$ 199 mil aos cofres públicos se assemelha ao aplicado pela quadrilha investigada. A operação foi deflagrada no dia 10 de outubro - cinco dias após a emboscada em Ribeirão Preto.

Na ação, a Polícia Civil de São Paulo, em conjunto com o Ministério Público do Estado (MP-SP), prendeu um jovem de 24 anos acusado de liderar uma quadrilha que faturou R$ 400 milhões aplicando golpes contra clientes de bancos pela internet. A quadrilha aplicou o golpe em diversas cidades do Estado de São Paulo e do Tocantins.

A prisão do jovem repercutiu em todo o País, em razão da quantidade de bens apreendidos. Na garagem do acusado, a Polícia encontrou carros das marcas Ferrari, Maserati e, inclusive, uma Lamborghini verde, como a da foto.

Em entrevista à reportagem do Portal Revide, a superintendente do IPM, Maria Regina Ricardo, afirmou que registrou o Boletim de Ocorrência no dia 9 de outubro, e que se colocou à disposição do Ministério Público para qualquer investigação. 

Entenda o caso

O golpe, noticiado em primeira mão pelo Portal Revideveio à tona após publicação de uma sindicância no Diário Oficial do Município nessa quinta-feira 29. No relatório final da Comissão Sindicante Investigatória, foi determinada a exoneração do diretor financeiro do IPM, Miguel Boudakian Moysés, que estava afastado desde o dia 10 de outubro deste ano.

De acordo com informações apuradas pela reportagem do Portal Revide, Moysés teria caído em um golpe cibernético ao fornecer a senha de uma conta do IPM no banco Santander para um site fraudulento.

No documento, o IPM admite que houve uma grave falha dos sistemas de segurança do instituto. A transferência para a quadrilha foi realizada em computador do IPM, por meio do serviço de internet banking, o que, segundo o laudo, deveria ser bloqueado pela instituição, por se tratar de uma movimentação atípica. Veja abaixo um trecho da decisão:

“O levantamento de tais valores via internet banking configura movimentação atípica, que deveria ter sido bloqueada pela instituição. A autarquia jamais efetuou pagamento via TED diretamente na conta de pessoas físicas, demonstrando a ocorrência de outra movimentação atípica não detectada pelo banco. É inegável que houve inúmeras omissões e falhas por parte da instituição financeira, razão pela qual entendemos que a mesma deve ser acionada judicialmente para ser civilmente responsabilizada pelo prejuízo causado a esta autarquia.”.

O Portal Revide entrou em contato com o ex-diretor financeiro do IPM e, por meio de nota, Moysés alegou que foi vítima da quadrilha especializada em fraudes bancárias e que os fatos foram devidamente informados às autoridades policiais e à instituição financeira para que fossem tomadas as providências legais cabíveis.

"Quando da ocorrência do evento, prontamente pedi meu afastamento do cargo para que as apurações pudessem ser realizadas com isenção. Ressalto que houve grave falha nos sistemas de segurança da instituição financeira, pois as operações realizadas com fraude não estavam autorizadas em contrato e jamais tinham sido realizadas pelo IPM, conforme corretamente apontado pela Comissão Sindicante", afirma Moyses.

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Sob supervisão de Marina Aranha.


Foto: Pixabay

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