Greve afeta rotina em escolas e unidades de saúde em Ribeirão Preto
Na escola Alfeu Luiz Gasparini, no Ipiranga, as aulas serão dadas de forma parcial, conforme adesão dos professores ao movimento

Greve afeta rotina em escolas e unidades de saúde em Ribeirão Preto

Alguns locais estão com trabalho parcial de servidores na manhã desta quarta-feira, 10

A greve dos servidores municipais, que começou à meia-noite desta quarta-feira, 10, afeta algumas unidades escolares e de saúde nesta manhã. Segundo apuração do Portal Revide em escolas e UBDS, há funcionamento parcial por conta da adesão de alguns servidores ao movimento. Nem o sindicato e nem a prefeitura divulgaram balanço parcial sobre a situação da paralisação.

Cartazes foram colocados e alguns representantes do sindicato se concentram em unidades, como no Daerp. Às 9h, um movimento dos grevistas será realizado em frente ao Palácio Rio Branco, sede da prefeitura.

Alguns professores da EMEFEM Professor Alfeu Luiz Gasparini, também, aderiram à greve. De acordo com informações disponibilizadas, somente os professores contratados mantiveram o horário letivo normalmente. Do Ensino Fundamental I, cerca de 50% dos docentes estão reivindicando. Já no Ensino Fundamental II, o número de professores em greve é de 90%. Além disso, das sete cozinheiras da instituição (manhã e tarde), apenas, uma irá trabalhar.

A aposentada Rosangela Coqueli Codognoto, de 60 anos, que leva a neta na escola, acha válida a reivindicação por parte dos docentes. "Eu acho necessário ver o lado dos professores, também. Eles estão no direito de reivindicar", comenta. Ela relata, ainda, que sua neta foi avisada nessa terça-feira, 9, pela professora, de que sua turma teria aula normalmente. 

Já Caroline Bianche Camargo, de 34 anos, mãe de uma aluna da escola, também, acredita que os professores devem buscar por seus direitos, porém, o lado do aluno, também, deveria ser levado em consideração.

"Eu acho que todo mundo tem direito de reivindicar os seus diretos. Mas, no meu ponto de vista, os professores entram em greve reivindicando o lado deles, o lado salarial e melhorias para a escola. Porém, depois que eles conseguem o aumento, o lado do aluno é esquecido", declara a recepcionista.

Caroline já enfrentou outras duas greves, junto da filha, mas ão percebeu mudança após as demandas serem acolhidas. "Minha filha estuda há cinco anos aqui, já houve outras duas greves. Porém, quando os professores conquistam o aumento, a qualidade no ensino se mantém a mesma", comenta a mãe.

No Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Eduardo Romualdo de Souza, na Vila Virgínia, também há funcionamento parcial.

Na Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) da Vila Virgínia também há adesão parcial de médicos. No Núcleo de Gestão Assistencial (Ambulatório Regional de Especialidades), na Rua Minas, os portões estavam fechados na manhã desta quarta-feira, 10, e algumas pessoas esperavam do lado de fora por atendimento.

Liminar

A Justiça concedeu liminar determinando a manutenção de 100% dos servidores em atividade nas áreas de Saúde, Educação e Assistência Social em Ribeirão Preto. O Sindicato dos Servidores decidiu pela greve geral a partir desta quarta-feira, 10, após a prefeitura negar o reajuste de 5,48%.

A medida concedida em favor da Prefeitura de Ribeirão Preto também prevê que sejam mantidos 50% dos servidores em atividade nos demais serviços públicos, inclusive com escala emergencial de trabalho para evitar danos à população.

Assinada pelo juiz de Direito Gustavo Müller Lorenzato, da 1ª Vara da Fazenda Pública, a liminar prevê o pagamento de multa diária no valor de R$ 20 mil em caso de descumprimento por parte do Sindicato dos Servidores. Ao Daerp, o juiz Gustavo Müller Lorenzato concedeu liminar obrigando a manutenção em 100% dos serviços em vários setores da autarquia. O descumprimento será punido com multa diária de R$ 20 mil.

O sindicato afirmou na manhã desta quarta que não foi notificado oficialmente sobre a liminar, mas que irá recorrer. O reajuste exigido pelos servidores, e encaminhado para a prefeitura no dia 1º de março, é de 5,48%. No dia 14 de março, a administração municipal anunciou que não concederia o reajuste. Na última segunda-feira, 8, o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), anunciou durante coletiva no Palácio do Rio Banco, depois de uma longa exibição da situação econômica do município, que não concederá o aumento exigido pelos servidores municipais.

Acompanhe mais informações sobre a greve no Portal Revide.


Foto: João Camargo

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