Servidores municipais iniciam greve em Ribeirão Preto
Servidores municipais iniciam greve em Ribeirão Preto

Servidores municipais iniciam greve em Ribeirão Preto

Eles querem um aumento de 13% nos salários; prefeitura afirma que não tem como conceder

Os servidores municipais de Ribeirão Preto iniciaram a partir da 0h desta quinta-feira, 30, em toda cidade. A paralisação ocorre por conta do reajuste “zero” no salário proposto pela Prefeitura.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores municipais, Laerte Carlos Augusto, a insatisfação é grande por parte dos funcionários. “Essa gestão trouxe um descontentamento por conta de seus atos. Com a proposta de reajuste zero ao funcionalismo, nós não tivemos outra opção”.

Segundo o presidente, é preciso que o governo entenda que o caminho para terminar com a greve é o diálogo e não a justiça. “Esperamos que o governo nos chame para que possamos encontrar uma saída para este impasse, pois precisamos que eles reconheçam a necessidade de fazer a recomposição salarial dos trabalhadores”.

Entre os setores que aderiram à greve, estão o da saúde - em que os funcionários realizam o atendimento apenas para os casos de emergência, com 30% do contingente, que é o obrigatório pela justiça - e as escolas municipais. Segundo funcionários da UBDS central, o atendimento ocorre apenas para casos de emergência e urgência.

“O governo toma primeiro as medidas e depois conversa com o povo. Desta maneira é complicado. Gostaríamos de uma maior participação, assim haverá um serviço público de qualidade. Nós precisamos de um investimento e de uma política de valorização”, afirma Laerte.

Cristian Soares diz que não sabia da paralisação e foi surpreendido ao chegar no hospital. “Eu trouxe minha mãe e fiquei surpreso. Ela tinha uma consulta agendada, mas com a greve foi paralisada. Espero que a situação se adeque o mais breve possível”.

Outro problema levantado pelos servidores seria a precariedade das instalações dos órgãos públicos, o que de acordo com eles prejudica o serviço, além do número insuficiente de pessoal. Já na educação, escolas como a Dom Luiz do Amaral Mousinho também aderiram à greve. Na frente do local, professoras e funcionárias entregavam folhetos sobre a situação.

Um trecho da carta sindical diz: Senhores pais, estamos em greve por tempo indeterminado. Faltam professores titulares, de reforço e de apoio nas escolas municipais. Nossos cozinheiros enfrentam jornadas exaustivas devido à falta de profissionais. Materiais básicos estão em falta, além dos uniformes deste ano que ainda não foram entregues. Nossas escolas viraram alvo de bandidos e vândalos, pois a segurança dos prédios públicos foi deixada de lado.

“O movimento é para que achemos uma saída para o reajuste do funcionalismo. O término da greve está na mão do governo. Eles precisam nos chamar para que possamos discutir uma proposta. Nós estamos abertos ao diálogo, mas é preciso que a atual gestão entenda a importância dos trabalhadores para a cidade”, finaliza o presidente do sindicato.

Em resposta ao Portal Revide, nesta quarta-feira, 29, a prefeitura diz que não tem condições de dar o aumento. Por meio de nota, a administração municipal fala que a folha salarial de todos os servidores do município chegaria a R$ 1,3 bilhão.

Questionada sobre o assunto, na manhã desta quinta-feira, 30, o governo ainda não se manifestou.

 


Fotos: Pedro Gomes

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