Pessoas acima dos 50 foram as mais afetadas pelo desemprego na pandemia, em Ribeirão
O período mais crítico do mercado de trabalho em 2020 foi entre abril e junho, quando8,5 mil vagas foram encerradas

Pessoas acima dos 50 foram as mais afetadas pelo desemprego na pandemia, em Ribeirão

Dados do Caged mostram que, em 2020, maioria dos que perderam emprego tinha ensino fundamental incompleto, mais de 50 anos de idade; mulheres também perderam mais postos de trabalho com a pandemia

Em um ano difícil para a geração de empregos, as pessoas acima dos 50 anos de idade e os trabalhadores com o ensino fundamental incompleto foram os mais afetados pelo fechamento de vagas em Ribeirão Preto em 2020, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.

O relatório fechado do ano passado, divulgado nessa quinta-feira, 28, mostra que o saldo do mercado de trabalho foi de 23 vagas fechadas, sendo 88.611 demissões e 88.588 admissões ao longo do ano de 2020.

Entre os profissionais acima dos 50 anos de idade, houve o fechamento de 2.940 vagas. Já entre as pessoas de 30 a 49 anos, foram eliminados 2.034 postos de trabalho. Em contrapartida, o saldo de empregos entre quem tem até 29 anos foi de 4.951 vagas criadas.

Levando em conta a escolaridade desses profissionais, entre quem tinha o ensino fundamental incompleto foram fechadas 1.141 vagas. No grupo de trabalhadores com o ensino fundamental completo, 1.032 vagas foram encerradas em 2020 na cidade. Entre os trabalhadores com o ensino médio incompleto, 428 empregos foram eliminados. Já entre quem tinha o ensino médio completo até o superior completo, o saldo de empregos ficou positivo em 2.578 empregos com carteira assinada.

Já na divisão por gênero, o saldo de vagas entre os homens ficou positivo em 215 vagas e, para as mulheres de Ribeirão Preto foram fechadas 238 oportunidades de emprego.

Setores

Os setores que mais fecharam vagas no acumulado do ano foram os de serviços, com 778 empregos eliminados, e comércio (-588 vagas). Na outra ponta ficaram a indústria, que teve saldo de 778 vagas criadas, construção (500) e agropecuária (65).

Por outro lado, os setores de comércio e serviços conseguiram mostrar reação nos últimos meses do ano, principalmente no último trimestre, quando 2.815 vagas foram geradas na cidade. O comércio, no mesmo período, criou 2.365. Somente em dezembro, foram 810 vagas geradas nos dois setores em Ribeirão Preto.

A recuperação, porém, não conseguiu reverter a perda de todos os postos de trabalho fechados no período mais críticos da pandemia em 2020. No primeiro semestre do ano, o setor de serviços fechou 4.496 vagas, já o comércio, 3.536. Na segunda metade do ano, foram criadas 3.718 vagas em serviços e 2.948 no comércio.

Melhora no segundo semestre

O mercado de trabalho em Ribeirão Preto, em geral, conseguiu recuperar um pouco do fôlego no segundo semestre do ano, com o relaxamento das medidas mais rígidas de distanciamento e retomada com o Plano SP.

Foram criadas 8.454 vagas em todo o mercado entre julho e dezembro. Sendo o melhor desempenho observado no último trimestre, com 5.660 empregos criados.

Mas, o resultado não foi suficiente para repor todas as 8.477 vagas fechadas no primeiro semestre do ano. O período mais crítico para a economia da cidade e geração de vagas foi o segundo trimestre (entre abril, maio e junho), quando 8.515 postos de emprego foram fechados, principalmente pela imposição da fase vermelha, a mais restritiva do Plano SP, em que só os serviços essenciais são permitidos.

Hoje, Ribeirão está na fase laranja, com a implantação de regra da fase vermelha aos finais de semana e a partir das 20h em dias de semana.

Segundo o Ministério da Economia, o estoque de postos de trabalho com carteira assinada em Ribeirão é de 217.377, sendo o setor de serviços o maior empregador, com estoque de 118.586.


Foto: Lidia Muradás / Arquivo Revide

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