Ativistas da causa animal questionam nova federação em Ribeirão Preto
Nova entidade levantou questionamentos de ativistas que atuam na proteção animal; federação diz quer colaborar

Ativistas da causa animal questionam nova federação em Ribeirão Preto

ONGs de proteção animal afirmam que receberam poucas informações sobre feira e federação criadas em Ribeirão Preto

Entidades de proteção animal reclamam de falta de transparência no anúncio de nova federação e feira em Ribeirão Preto. No fim de março, a feira foi apresentada em evento no Palácio Rio Branco. Chamada de Feapan 2018, em referência ao nome da Federação das Associações Protetora dos Animais do Estado de São Paulo, ela organiza o evento entre os dias 16 e 18 de novembro, no Parque Permanente de Exposições.

O anúncio pegou de surpresa organizações de proteção animal. Uma das conselheiras da Associação Vida Animal (AVA) Cristina Dias, lembra que a entidade, que também participa do Conselho Municipal do Bem Estar Animal, sequer foi comunicada sobre a feira ou sobre a federação, o que, para ela, demonstra que o Conselho tem sido ignorado nas medidas de proteção aos animais no município.

“O conselho está sendo ignorado há bastante tempo. Pelo menos, eles teriam que passar a criação deste evento para o Conselho, que tem representantes de todas entidades de proteção animal que atuam no município”, comenta Cristina.

Ela ainda afirma que não é contrária à realização de um evento, porém, alega que faltam informações sobre o tema. “As entidades estão dizendo que desconhecem as bases com que foi proposta a federação e isso demonstra uma falta de transparência. Nós não fomos informados, nem pelo Conselho Municipal de Bem Estar Animal. E todos têm direito de saber o que tem sido feito. Não reclamamos do que está sendo feito, mas como tem sido feito”, pontua.

Nas redes sociais, outros ativistas da causa animal dizem que não foram apresentados objetivos claros da atuação sobre a nova associação, e acreditam que ela pode ter alguma conotação política, visando as eleições municipais de 2018.

Porém, os fundadores da associação e a organização da feira negam e afirmam que buscam colaborar com a proteção animal no município. O advogado Arthur Poli, um dos fundadores da federação, afirma que a entidade não tem nenhuma vinculação política e, sim, objetivo de levantar recursos para a causa animal, utilizando, inclusive, a feira.

“Como estamos no início, e tudo que é novo em Ribeirão, o pessoal cai em cima, e sabemos que vamos ter essas complicações no começo. Mas nosso objetivo é capitalizar dinheiro para a causa animal e muitos têm receio que se ‘roube’ o pouco capital que tem. E não é esse objetivo. O objetivo é unir todas essas associações para ter uma federação com alguém que responda e dar suporte para a causa animal”, declara o advogado.

Ele ainda afirma que tem entrado em contado com as entidades de defesa dos animais e organizações não-governamentais (ONGs) para apresentar o projeto. Diz, também, que essas entidades não são obrigadas a participar, embora Poli acredite que a federação seja um espaço para que todas as associações possam se reunir.

CPI e transparência

A situação dos animais tem causado bastante repercussão na Câmara Municipal de Ribeirão Preto. Até uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi proposta pelo vereador Marcos Papa (Rede) e aprovada para analisar a prática da eutanásia na Coordenadoria de Bem Estar Animal. Já o vereador Isaac Antunes (PR) apresentou um projeto de lei que obriga o município a publicar no site da Prefeitura fotos e informações sobre animais atendidos pela Coordenadoria.


Foto: Pixabay

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