Relatório do Gaeco aponta pagamentos realizados por Plastino a políticos
Relatório do Gaeco aponta pagamentos realizados por Plastino a políticos

Relatório do Gaeco aponta pagamentos realizados por Plastino a políticos

Entre os nomes citados aparece o do deputado federal Baleia Rossi, do deputado estadual Léo Oliveira, e de vereadores, como Rodrigo Simões e Paulo Modas

Em relatório do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) sobre os documentos apreendidos no apartamento do Marcelo Plastino, após o suicídio do empresário, aponta que o deputado Federal Baleia Rossi (PMDB) e o deputado estadual Léo Oliveira (PMDB) teriam recebido dinheiro para a campanha eleitoral de 2014, que não constam na prestação de contas dos dois políticos.

O documento do Gaeco, encaminhado pela Justiça na quarta-feira, 15, ainda aponta que foi encontrado o nome do presidente da Câmara de Ribeirão Preto, Rodrigo Simões, e do também vereador Paulo Modas (Pros) - que faziam oposição ao governo Dárcy Vera - como beneficiários de pagamentos realizados pelo empresário, além dos nove vereadores já investigados pela Operação Sevandija.

Os deputados

Além de R$ 100 mil que teriam sido pagos a Baleia e Léo Oliveira em suas campanhas em 2014, o relatório aponta que Baleia teria recebido R$ 20 mil mensais, em período de dois anos e nove meses, totalizando mais de R$ 660 mil.

A defesa de Baleia Rossi questiona a veracidade da planilha, já que no próprio relatório do Gaeco diz que “aparentemente” elas descreveriam os pagamentos realizados por Plastino, além disso, o nome do deputado não consta na carta deixada pelo empresário antes de cometer suicídio e, também, não existem gravações de oitivas de Plastino citando o deputado.

“Nem a Polícia Federal tem segurança da veracidade. O relatório da PF descreve ‘papéis contendo planilhas nas quais aparentemente Plastino fez um resumo de pagamentos’. Aparentemente é diferente de ‘certamente, seguramente’”, comunicou o deputado.

O deputado estadual Léo Oliveira afirma que “jamais” recebeu qualquer quantia de Marcelo Plastino. “Todas as minhas prestações de contas na vida pública são transparentes, disponíveis dentro da lei. Tenho consciência limpa e um histórico de vida pública de 20 anos completamente livre de denúncias, irregularidades ou suspeitas”, afirmou em nota.

Os vereadores

A carta e os documentos foram apreendidos pela Polícia Federal e pelo Gaeco após o suicídio de Plastino, em 25 de novembro de 2016, em seu apartamento, na Zona Sul de Ribeirão Preto. O material também cita alguns vereadores, como o atual presidente da Câmara Rodrigo Simões (PDT) e Paulo Modas (Pros), reeleitos, além de Ricardo Silva, apontados no relatório como oposicionistas de Dárcy que teriam recebido os pagamentos de Plastino. As citações a Ricado já haviam sido questionadas pela promotoria quando foram apreendidas as notas de R$ 2, em setembro de 2016, que de acordo com o Gaeco seriam parte da “planilha de pagamentos”.

Na ocasião, Ricardo Silva, que de acordo com o relatório teria recebido pagamentos de R$ 20 mil, além de outros R$ 35 mil para que fosse quitado o valor de uma pesquisa eleitoral, afirmou que nunca havia entrado em contato com Marcelo Plastino.

“Este assunto já foi devidamente esclarecido. Nunca houve nada, nenhum contato. Sempre fui da oposição, fui favorável à abertura da CPI para investigar a empresa. E se eles acharam que poderiam se aproximar de mim e feito alguma ligação, teriam caído do cavalo”, relatou Ricardo na época.

Já Paulo Modas (Pros) teria recebido outros R$ 60 mil do empresário, em pagamentos mensais de R$ 5 mil entre agosto de 2015 e agosto de 2016. O vereador diz que só tomou conhecimento de quem seria Marcelo Plastino a partir da veiculação das imagens do empresário na imprensa e que sempre afirmou que não aprovaria as contas da ex-prefeita Dárcy Vera na Câmara, o motivo que teria levado Plastino a efetuar os pagamentos.

Além disso, Paulo Modas lembra que ingressou com um mandado de segurança contra a Coderp e a Atmosphera na Justiça, após os requerimentos realizados na Câmara Municipal terem sido negados pela base de governista da prefeitura na Casa, para que os vereadores tivessem acesso a informações de pessoas contratadas pela Atmosphera para prestarem serviços ao município.

Outro vereador da oposição ao governo Dárcy Vera que teria recebido os pagamentos seria o atual presidente da Câmara, Rodrigo Simões (PDT), em parcelas mensais, também de R$ 5 mil, só que entre dezembro de 2015 e agosto de 2016, totalizando R$ 45 mil. Simões afirma que as citações de seu nome nos documentos apreendidos no imóvel de Plastino seriam uma forma de questionar a atuação de vereadores que faziam oposição ao governo anterior.

"É um verdadeiro absurdo a alegação feita por uma pessoa que ajudou a saquear Ribeirão Preto e foi peça essencial no maior caso de corrupção que já vimos em nossa cidade. Esta é mais uma tentativa desesperada de colocar o nome de quem foi contra tudo o que ocorreu de errado no governo Dárcy Vera. Sempre apoiei as investigações e nunca fui alvo de nenhuma delas. Mais uma vez, este tipo de alegação infundada aparece com a intenção de colocar na vala comum quem sempre foi contra os desmandos de nossa cidade", disse Simões em nota.


Foto: Arquivo Revide

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