
Prefeita protocola ofício por não aumento de subsídio
Integrantes da “comissão do teto” voltaram a procurar vereadores, que só votam projeto que reajusta subsídio após consenso
Depois de integrantes da chamada “comissão do teto” visitarem os vereadores na Câmara Municipal, na terça-feira, dia 4, em busca de apoio a projeto que eleve subsídio da prefeita Dárcy Vera (PSD) e do seu vice-prefeito, Marinho Sampaio (PMDB), a chefe do Executivo protocolou ofício no Legislativo solicitando que não seja votado projeto que promova o reajuste.
A comissão é formada por servidores que não podem ter reajuste de salário por ganharem o mesmo valor do subsídio da prefeita, de R$ 17,3 mil, já que o nenhum servidor pode ganhar mais que o chefe do Executivo. Os servidores alegam que estão desde 2009 sem reajuste salarial e que as perdas ultrapassam 40%.
Depois de terem a pretensão de aprovação de projeto rejeitada no ano passado, os servidores já aceitam um reajuste menor que as perdas, de acordo com alguns vereadores visitados.
A proposta seria aprovar um projeto que aumente o subsídio da prefeita e do vice-prefeito no mesmo percentual aplicado no reajuste dos subsídios dos vereadores, de cerca de 26%. O valor, que chegaria a perto dos R$ 22 mil só valeria, no entanto, para o próximo prefeito, a partir de 2017.
“Pelo que deu pra sentir nas conversas, o projeto só será apresentado e votado se tiver a concordância dos 22 vereadores”, o que acho difícil, afirmou o vereador Beto Cangussú.
Ofício
No ofício, endereçado ao presidente da Casa, Walter Gomes (PR), a prefeita alega que sua solicitação é de cunho pessoal e profissional. “Peço que não seja votado projeto de Lei na Câmara Municipal de Ribeirão Preto que tenha como objetivo o aumento de salário”, afirma.
No documento, a prefeita argumenta que é de conhecimento público que o Brasil atravessa conturbada fase econômica, enfrentando dificuldades para o equilíbrio das contas públicas. O contexto do País atualmente afeta, direta e indiretamente, os municípios.
“De maneira direta, os repasses, investimentos e recursos encaminhados às prefeituras diminuem drasticamente e esta é a realidade da maioria das 5.565 cidades brasileiras, que vêm tomando medidas de contenção de gastos e redução de despesas, como faz Ribeirão Preto”, ressalta.
Ela entendeu que, indiretamente, a população, especialmente os trabalhadores, também está sendo afetada. “Estão ocorrendo demissões em massa em várias cidades brasileiras e muitos municípios estão em situação difícil até para manter em dia o pagamento dos funcionários e fornecedores”, acrescentou.
Diante de todo esse cenário, a prefeita Dárcy Vera considera inadequado o aumento do subsídio para o cargo de prefeita. Ela reconhece que seu salário está atrelado ao aumento direto de alguns servidores, que são fundamentais para o município e que esses profissionais realizam importante trabalho, mantendo a prestação de serviços de qualidade, atendendo a demanda, em busca de uma cidade cada dia mais desenvolvida.
“Mas, assim como eu, também estão acompanhando o momento de crise que estamos vivendo”, frisou. “Com todo respeito que tenho pelas decisões do Legislativo, gostaria também que fosse respeitada a minha decisão de não aumento de salário da chefe do Poder Executivo”.
Ao final, a prefeita reitera seu pedido, pessoal e profissional, reafirmando que “não tenho interesse e nem concordo com aumento de salário neste momento difícil que atravessa o nosso País”.
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Fotos: Divulgação