
Casos de dengue avançam em Ribeirão Preto e Secretaria de Saúde emite alerta
Segundo a pasta, nova onda de aumento nas últimas semanas preocupa; já são 21 mortes e mais de 43 mil casos confirmados em ano recorde
Até agora, Ribeirão Preto registrou, em média, mais de 120 casos de dengue por dia em 2024. Os números são os maiores dos últimos dez anos (período em que há dados disponíveis no Painel de arboviroses) A cidade viveu uma epidemia da doença no primeiro semestre e, segundo o Departamento de Vigilância em Saúde, houve aumento nas últimas semanas. A nova onda preocupa. A pasta emitiu um alerta nesta sexta-feira, 27.
Até agora, foram 43.444 casos e 21 mortes confirmadas. Outros seis óbtos estão sob investigação. Quando comparado com os 12.302 casos confirmados em 2023, o aumento é superior a 350%. "Considerando que adentramos ao período de sazonalidade da doença, que ocorre anualmente entre os meses de janeiro a maio e associado aos resultados do último levantamento de índices larvários do mosquito Aedes aegypti, que demonstraram alta infestação, alertamos para o risco de um grande aumento no número de casos já no mês de janeiro", disse a secretária em nota.
As condições climáticas atuais, caracterizadas pelas alterações nos padrões de precipitação, temperatura e umidade relativa do ar têm grande potencial de afetar a proliferação dos mosquitos transmissores de doenças virais, principalmente as chamadas arboviroses, e consequentemente provocarem aumento na transmissão dessas doenças. "Tal resultado impõe a necessidade imediata na eliminação dos criadouros removíveis (pneus, pratos de vasos, plantas, garrafas entre outros) e o tratamento doméstico dos criadouros fixos onde não é possível eliminação, tais como ralos internos dos imóveis e bandejas de degelo de geladeira", orienta a pasta.
A dengue é uma doença febril causada por um vírus, transmitido pela picada do Aedes aegypti. Pode apresentar sintomas leves ou evoluir com gravidade podendo levar à morte. "Orientamos que ao apresentar sintomas, tais como febre, dores de cabeça e no corpo, mal-estar e fraqueza procure um serviço de saúde, não tome remédio sem prescrição médica, e tome bastante líquido. É preciso estar atento ao aparecimento dos sinais de agravamento da doença (sinais de alarme), como vômito persistente, dor abdominal intensa, sangramentos, agitação ou sonolência, tontura ou desmaio, pele fria e pálida, dificuldade para andar, choro persistente em crianças", recomenda a secretária.
Chikungunya
O mosquito transmissor da dengue é o mesmo que transmite outras doenças como a chikungunya, que tem seus sinais e sintomas parecidos com a dengue, e a principal manifestação clínica são as fortes dores nas articulações, que muitas vezes podem estar acompanhadas de edema. Os casos da doença também avançaram na cidade. São 294 confirmados até agora, mais que o dobro dos 121 registros em 2023.
"A Chikungunya tem potencial epidêmico em nosso municipio, visto a grande parte de nossa população não ter imunidade para esta doença. Por isso, reiteramos a importância da atuação da população nas ações de eliminação desses criadouros em suas residências, locais de trabalho, e pedimos redobrada atenção no descarte adequado de garrafas, caixas d’água, pneus ou quaisquer outros materiais/objetos que possam acumular água se transformando em criadouros do mosquito", conclui a nota.