Cinco desafios de infraestrutura que Ribeirão Preto terá que enfrentar em 2019
No aniversário de Ribeirão Preto, a cidade tem muito o que comemorar, mas também muitos desafios para enfrentar

Cinco desafios de infraestrutura que Ribeirão Preto terá que enfrentar em 2019

No ano em que comemora 163 anos, o município tem dilemas que devem ser resolvidos; Confira a lista feita pelo Portal Revide

No aniversário de 163 anos, Ribeirão Preto tem conquistas e desenvolvimento para comemorar, mas também vive desafios que precisam ser enfrentados e podem trazer impacto em diversas áreas no médio e longo prazo.

Na infraestrutura, o município precisa agilizar obras que impactam diretamente no cotidiano da população, como os buracos nas vias e a construção das Unidades de Pronto Atendimento (UPA).  Abaixo, o Portal Revide listou alguns dos desafios que devem ser vencidos pelo município em 2019.

1. Mobilidade urbana

Em novembro de 2017, a Prefeitura de Ribeirão Preto oficializou o acordo com o governo federal para o repasse de R$ 310 milhões por meio do Programa de Aceleração do Crescimento II, para obras de mobilidade urbana na cidade.

O projeto prevê a readequação de avenidas importantes na cidade, como a Nove de Julho, Independência, Francisco Junqueira e Thomaz Alberto Whately. Além de corredores de ônibus nas avenidas Saudade e Dom Pedro e na Rua São Paulo. Ciclofaixas em diversa vias da cidade também está no projeto.

Toda essa movimentação traz elogios e também críticas ao Executivo. Se por um lado especialistas em mobilidade urbana comemoram os tão aguardados investimentos em transporte público e ciclofaixas, por outro, comerciantes temem perderem vagas de estacionamento e, consequentemente, arcar com o prejuízo.

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2. Buracos

A qualidade do asfalto da cidade já se tornou uma pedra no sapato do governo do prefeito Duarte Nogueira (PSDB). O problema consome, diariamente, entre 33 e 34 toneladas de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBU) e Pré-Misturado A Frio (PMF), que são os materiais utilizados nos reparos.

Só no ano passado, foram cerca de 10 mil toneladas destinadas à Operação Tapa-buraco, que tem como objetivo minimizar as imperfeições asfálticas da cidade. Entre janeiro e dezembro de 2018, a Secretaria de Obras Públicas recebeu quase 12 mil solicitações para o conserto de buracos nas ruas de Ribeirão Preto. Segundo o Executivo, 80% destes chamados já foram atendidos.

Segundo especialistas, é preciso seguir o ditado e prevenir, ao invés de apenas remediar. Dentre os desafios enfrentados pelo município com os buracos, eles destacaram os seguintes como sendo os principais:

Desorganização na Operação Tapa-Buraco; Falta de um plano geral para a pavimentação; Falta de análise profissional e técnica do tipo de material e da maneira adequada para a pavimentação e reparos das vias públicas; Maior zelo por medidas preventivas ao invés de emergenciais; falta de auditoria especializada; E, por fim, é necessário abrir mão do Tapa-Buraco, quando uma via possui mais de 10% de sua extensão com remendos. Nesse caso, o ideal seria recapear todo o local novamente.

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3. Hospitais

As Unidades de Pronto Atendimento (UPA) Oeste, no bairro Sumarezinho, UPA Norte, no bairro Quintino Facci II, e UPA Sul, na Vila Virgínia, seguem sem conclusão. Com o atraso na entrega das obras, pacientes tem que se deslocar pela cidade em busca de atendimento. O que sobrecarrega postos de saúde e o Pronto Socorro Central.

A UPA Oeste foi projetada para funcionar no prédio da antiga UBDS Sumarezinho, na Rua Cuiabá, e passou por reformas entre fevereiro de 2015 e dezembro de 2016, quando foi entregue. Entretanto, dois anos e cinco meses após o fim da construção, ainda não há atendimentos. Segundo a Secretaria da Saúde, a previsão para abertura da unidade é entre os meses de novembro e dezembro de 2019.

A UPA Sul, na Vila Virgínia, anunciada originalmente em 2014 e retomada em novembro de 2018, teve a construção aprovada pelo Ministério da Saúde. A Secretaria da Saúde aguarda a publicação de portaria do Ministério habilitando as obras e liberando verba de R$ 3,1 milhões para o projeto.

Por fim, a UPA Norte está em obras desde 2014. De acordo com o secretário municipal Sandro Scarpelini, 60% do prédio já está pronto.  A obra foi paralisada por problemas estruturais e financeiros deixados pela gestão anterior, da ex-prefeita Dárcy Vera. Segundo o Executivo, as obras devem ser retomadas em agosto, com previsão de entrega entre novembro de dezembro de 2019.

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4. Escolas

Há anos sofrendo com problemas de infraestrutura, a situação das escolas chegou a um ponto crítico durante o governo Duarte Nogueira. No momento, a administração pública corre contra o tempo para emitir o Certificado de Licença do Corpo de Bombeiros (CLCB) ou o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) das escolas.

No início do ano, apenas 11 das 109 escolas municipais da cidade possuíam a vistoria dos Bombeiros. Além disso, em novembro de 2018, o estudante Lucas da Costa Souza morreu dentro de uma escola municipal. A suspeita é de que ele tenha sofrido um choque elétrico.

A morte do estudante deu início a uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara dos Vereadores para investigar a estrutura das escolas no município. Se já não existissem problemas demais, em março, o Ministério Público interditou Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic) Antônio Palocci, alegando falta de segurança para os alunos.

No meio desse turbilhão de acontecimentos, a segunda secretária da Educação a ocupar o cargo, Luciana Andrade Rodrigues pediu exoneração do cargo. Quem assumiu, foi Felipe Elias Miguel, com a missão de colocar ordem dentro e fora das salas de aula.

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5. Hidrômetros

O Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) deu início ao processo de troca de 132 mil hidrômetros em imóveis de Ribeirão Preto. Os equipamentos que serão trocados têm mais de cinco anos de uso, estão quebrados, com vidros embaçados ou paralisados. O investimento total na compra e substituição dos hidrômetros é de R$ 11,29 milhões.  A previsão é que todos os hidrômetros sejam trocados até dezembro deste ano.

A autarquia alerta aos moradores que os funcionários da empresa estarão identificados, mas, em caso de dúvidas, os moradores podem solicitar a presença de um supervisor da empresa. A substituição dos hidrômetros não tem custo extra de instalação para o usuário. Os novos equipamentos já são aferidos pelo Inmetro e, caso necessário, serão feitas novas aferições após quatro meses de efetivada a instalação, para que não ocorram dúvidas a respeito da correta medição do novo equipamento.

Por se tratar de um equipamento público, que pertence ao Daerp, não cabe ao usuário a opção de não trocar o hidrômetro. Em caso de tentativa de obstrução de execução do serviço de troca, o morador ou responsável pelo imóvel pode ser autuado e multado. A infração é considerada média, punida com multa de 100 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufespes), o que equivale a R$ 2.653,00.

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Fotos: Arquivo Revide / Prefeitura

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