Falta de sedativos faz HC reduzir cirurgias pela metade em Ribeirão Preto
Até esta segunda-feira, 22, a ocupação de leitos de UTI Covid-19 é de 94% no HC

Falta de sedativos faz HC reduzir cirurgias pela metade em Ribeirão Preto

Taxa elevada de ocupação de leitos de UTI Covid-19 começa a impactar outras áreas do hospital

Por conta do baixo estoque de sedativos, nos próximos 15 dias, o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto vai reduzir pela metade o atendimento em suas salas cirúrgicas. Das dez salas que estavam abertas, apenas cinco vão continuar operando. O atendimento será para os casos gravíssimos que não podem esperar por colocar a vida do paciente em risco. Vão deixar de agendadas cerca de 70 cirurgias por semana em ambas das unidades, Campus e Unidade de Emergência.

Segundo o diretor do Departamento de Atenção à Saúde, Antônio Pazin Filho, são vários os motivos para a redução das cirurgias, mas o principal deles, é a falta de insumos causada pelo momento crítico da pandemia do coronavírus em Ribeirão Preto. "Principalmente, os relaxantes musculares usados nos 72 pacientes internados nos CTIs Covid.  A mesma medicação é usada para quem vai fazer cirurgia. Por isso, a necessidade de reduzir as cirurgias. Temos que desviar esses medicamentos que são utilizados no centro cirúrgico para garantir o estoque e manter a vida das pessoas que estão intubadas”.

O hospital aguarda para sexta-feira, 26, a chegada de novo carregamento de medicamento. “Mas não temos segurança se será entregue ou não. Como foi noticiado na imprensa, vários lugares já estão com falta e nós estamos aguardando as medidas que estão sendo tomadas junto aos fornecedores. E ao governo já informamos a nossa deficiência”, explicou.

Para o momento, de redução de salas cirúrgicas, foi formada uma equipe de cirurgiões que diariamente vai se reunir com as várias especialidades do Hospital para decisão de quais pacientes serão operados. “Eles já vão conversar com as áreas para que possam postergar a internação de paciente e ir para hospital apenas para cirurgia c previsão de entrega

“Nós vamos pesar o risco dessas cirurgias para os pacientes versus o risco de transmissão da doença, que nesse momento é muito grande. E isso será levado em consideração para priorização. Sabemos que isso não atende toda a necessidade da população, mas é uma situação muito grave que a gente vai ter que tomar decisões às vezes muito difíceis nesse momento, vamos tentar ao máximo reduzir o dano aos pacientes”, concluiu o médico.

Até esta segunda-feira, 22, a ocupação de leitos de UTI Covid-19 é de 94%. Nas duas unidades do HC, ela está em 95,8% na UTI e 83% nas enfermarias.

Confira o vídeo no qual Antônio Pazin Filho explica a situação:


Foto: Revide

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