
Mia Couto na Feira Internacional do Livro
O autor moçambicano fará bate-papo e sessão de autógrafos nesta quarta e quinta
Caminhada tranquila de quase 1 hora. Foi assim que Mia Couto se apresentou à Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto. O autor moçambicano, ao lado da presidente da Fundação do Livro e Leitura, Dulce Neves, deu uma volta por toda a Feira, para conhecer a estrutura, os estandes das editoras e livrarias, o Theatro e, principalmente, as pessoas. Mia Couto foi abordado por vários fãs, que pediram fotos e autógrafos, que os atendeu carinhosamente.
Logo após o momento íntimo com Ribeirão Preto, o autor deu uma entrevista coletiva envolta por magia e sabedoria, ao compartilhar suas perspectivas únicas sobre arte, cultura, literatura e interconexão entre todas as formas de vida na Terra, afinal, ele é biólogo. Irradiando felicidade e gratidão, Mia expressou sua alegria em estar no Brasil, destacando que o país sempre esteve presente em sua vida, através das diversas formas de arte e cultura que oferecemos.
Mia Couto ressaltou a importância e necessidade de projetos que estão na Feira do Livro, como o "Combinando Palavras", que prepara os alunos para os temas que serão abordados durante o evento, dizendo que é uma forma de "produzir futuro". Ele também destacou a importância de olhar sempre adiante, preparando as mentes para a literatura e a cultura que estão por vir.
Segundo o autor, as histórias têm o poder de criar ordem a partir do caos, oferecendo um refúgio onde a complexidade do mundo pode ser compreendida e apreciada. A literatura, segundo ele, desempenha um papel vital em proporcionar viagens para diferentes modos de pensar e sentir. Além de ser uma ferramenta para explorar e compreender as perspectivas dos outros, levando os leitores a jornadas emocionais e intelectuais únicas.
De forma poética, o autor transmitiu a ideia de que não estamos no centro do planeta e, portanto, não somos responsáveis pela administração do mesmo, falando sobre a necessidade de nos conectarmos com todas as formas de vida, entendendo a linguagem que existe entre elas. Usando o exemplo de uma árvore e a conexão com o solo, ele enfatiza a importância de crescermos em coexistência, equilíbrio e harmonia com a natureza.
Depois de duas participações virtuais, o autor veio para a Feira internacional do Livro de Ribeirão Preto para, pela primeira vez, bater um papo presencial e fazer duas sessões de autógrafos para o livro que ele lança em edição especial no Brasil, chamado "As pequenas doenças da eternidade", que é o nome de um dos poemas que os leitores encontrarão no livro. "A ideia de eternidade não é uma ideia tão universal quanto a gente pensa, isto é: para os povos africanos, pelo menos no meu país, porque a eternidade não é um conceito para se entender", disse ele.
Mia Couto recebe o público nesta quarta-feira, às 19h30 no Theatro Pedro II, na sala principal, e na quinta-feira, às 10h e às 14h30 no auditório da Biblioteca Sinhá Junqueira, para duas sessões de autógrafos.