Pesquisadora da USP Ribeirão lidera descoberta de fóssil de pequeno réptil do período triássico
O estudo também contou com a participação de outros pesquisadores

Pesquisadora da USP Ribeirão lidera descoberta de fóssil de pequeno réptil do período triássico

Estudo foi coordenado pela paleontóloga da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão da USP Annie Schmaltz Hsiou

Um estudo liderado pela paleontóloga da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), da USP, Annie Schmaltz Hsiou, descobriu m pequeno réptil da família esfenodonte, que viveu no período entre 237–228 milhões de anos. O estudo foi recentemente publicado no periódico Scientific Reports, do grupo Nature. O fóssil foi encontrado no município de Candelária, região central do Rio Grande do Sul.

A nova espécie foi nomeada de Clevosaurus hadroprodon, em que hadroprodon faz referência ao primeiro dente do dentário e da pré-maxila, que é grande e acentuada, característica exclusiva e que diferencia a espécie das demais do gênero Clevosaurus. 

O Clevosaurus hadroprodon era um animal pequeno, de tamanho semelhante ao de uma lagartixa doméstica. Ele faz parte da linhagem dos Sphenodontia, um grupo de lepidossauros –que inclui também as serpentes, os lagartos e as anfisbenas – muito diferente durante o período Mesozoico.

Os répteis desta linhagem não são lagartos, mas próximos a eles. Os únicos representantes vivos da família são da espécie Sphenodon punctatus, como a tuatara, da Nova Zelândia, que está em risco de extinção.

O fóssil foi estudado por paleontólogos da USP, Midwestern University (EUA), Alberta University (Canadá), Universidade Federal de Santa Maria, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia e Universidade Federal de Sergipe.

O novo esfenodonte é a segunda espécie de Clevosaurus descrita para a Supersequência Santa Maria de idade triássica da Bacia do Paraná, famosa em exibir os dinossauros mais antigos da América do Sul, em conjunto com a Argentina, tais como Pampadromaeus e Guaibasaurus. Os exemplares atribuídos à nova espécie foram coletados em rochas da Formação Santa Maria, sendo apenas preservadas porções maxilares e dentárias, porém grande parte da dentição está completa.

O Clevosaurus hadroprodon não possuía em sua morfologia dentária as características típicas de outros Clevosaurus, além de outras características cranianas. “Contudo, é o único Clevosaurus que exibe o primeiro dente do dentário proeminente e grande, assim como na pré-maxila, características que são tipicamente observadas em esfenodontes mais tardios da linhagem Sphenodontia”, diz a paleontóloga da USP.

Mais informações sobre a descoberta estão disponíveis no Jornal da USP

*Com informações do Jornal da USP.


Imagem: Jorge Blanco

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