Plano Municipal da Educação ainda não chegou na Câmara, mas levanta discussões
PME ainda tramita na Prefeitura aguardando parecer de comissão designada para estudar projeto

Plano Municipal da Educação ainda não chegou na Câmara, mas levanta discussões

Vereador diz que Câmara tem que estar mais atenta a assuntos que deverão ser abordados

Em breve, a Câmara de Ribeirão Preto deve estar envolta a mais uma “polêmica”, mas nada a ver com investigações sobre casos de corrupção, e sim outro assunto delicado que tem levantado discussões por diversas cidades brasileiras: o Plano Municipal de Educação (PME).

O Plano, que foi elaborado pela gestão da ex-prefeita Dárcy Vera, chegou a ser enviado para a Câmara Municipal, porém, o projeto foi enviado novamente ao Governo, em abril deste ano, pois foi identificado que o material carecia de pareceres técnicos das Secretarias da Fazenda e dos Negócios Jurídicos.

Enquanto isso, uma comissão de estudos foi nomeada pela Prefeitura no fim de agosto, para dar o parecer e fazer a análise técnica do Plano, antes que fosse levado novamente à pasta da Educação, que poderá mandar, de novo, para análise dos vereadores na Câmara.

Mas essa questão já é motivo de preocupação no parlamento, tanto que, neste ano, a Casa chegou receber palestras sobre temas em voga no noticiário nacional, como os favoráveis e contrários ao movimento chamado ‘Escola Sem Partido’, que tem causado discussão em diversas cidades nos últimos meses, como Campinas e São José do Rio Preto, que nesta semana aprovaram projetos sobre o assunto.

Leia mais:
Câmara tem palestra para discutir ações para Plano Municipal de Educação
Proposta proíbe que escola debata temas da sexualidade sem autorização dos pais

Ambas as pautas ocorreram na Câmara com o plenário liberado pelo vereador Boni (Rede), que acredita ser importante a discussão das ideias na casa, para que os vereadores não sejam pegos de surpresa quando o PME for à votação, já que ele aponta que invariavelmente o assunto será levado à tona.

“Acho que isso vai dar polêmica, porque mexe com questões como individualidade de gênero e política. Isso vai dar um problema. O pessoal [Comissão] da Educação tem que analisar isso com muita atenção”, comenta Boni, que em alguns discursos na Câmara chegou a lembrar desta situação aos outros vereadores, e lamentou o baixo apelo entre os parlamentares nas discussões sobre o assunto.

A Comissão de Educação da Casa é presidida pela vereadora Gláucia Berenice (PSDB), que, por meio de assessoria de imprensa, informou que ainda aguarda o Plano Municipal de Educação chegar à Câmara para levar o assunto para pauta, e assim poder analisar e discutir melhor a proposta.

Porém, a própria Gláucia se envolveu querela na Câmara na semana passada, ao apresentar um projeto que determina diretrizes para se evitar a inserção de conteúdo considerado pornográfico, que, segundo ela, seria “pretensamente associado a Educação Sexual” em livros didáticos.

O projeto foi aprovado, mas enfrentou diversas reclamações de professores, que apontaram que ele pode interferir no conteúdo programático das aulas. Segundo a vereadora, o projeto tem a intenção de apontar medidas “pelo acesso dos pais aos materiais voltados a formação moral”. Ela ainda diz que o projeto de lei não cerceia a atividade do professor, embora ofereça punições, que já são previstas no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).

Um dos que votaram contra a proposta, o vereador Jorge Parada (PT) apontou que o projeto seria inconstitucional, já que indica diretrizes que seriam de competência do Ministério da Educação. Além disso, ele afirmou que a discussão da educação deveria ser mais ampla, envolvendo profissionais da área.


Foto: julio sian/Arquivo Revide

Compartilhar: