2017 foi ano de sucesso para atletas de Ribeirão Preto nas piscinas
O experiente Nicholas Santos vê futuro em Pedro Motta, de 16 anos, que é revelação no esporte em Ribeirão Preto
O ano de 2017 foi sinônimo de sucesso nas piscinas para atletas ribeirãopretanos. Enquanto Nicholas Santos, aos 37 anos, levou a segunda medalha de prata no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, Pedro Motta, de 16 anos, despontou como uma promessa do esporte brasileiro nas categorias de base.
Embora exista a diferença de idade e, também, de distância – Nicholas treina em Santos -, a experiência do dono da melhor marca dos 50 metros borboleta desde o fim dos trajes tecnológicos na natação tem contribuído para a evolução do jovem atleta, em momento em que toda ajuda é bem-vinda.
O experiente nadador diz que não tem dúvidas de que Pedro Motta é um grande talento. “No Chico Piscina, ele deu um show. É um talento que muitos treinadores têm percebido a qualidade e têm comentado. É um atleta que, sem dúvida, é um talento nato e tem que ser aproveitado”, comenta Nicholas, que presta apoio na preparação do jovem atleta, que em 2017 colecionou medalhas em competições estaduais, brasileiras e sul-americanas.
Motta quebrou o recorde brasileiro juvenil nove vezes durante o ano, em seis provas diferentes. Além disso, quebrou dois Recordes Sul-Americanos da Juventude, quando foi um dos destaques da delegação Brasileira, com três ouros e uma prata, em quatro provas.
Com tantos resultados positivos, Pedro Motta leva tudo com tranquilidade, mostrando que tem cabeça para continuar nadando forte e se desenvolvendo como atleta. Tímido, nas entrevistas o jovem é bem diferente do tubarão que demonstra ser dentro da água.
“Sempre quero melhorar, porque nem sempre você ganha. Quando fico em terceiro ou segundo, coloco na minha cabeça que preciso melhorar, porque eu quero ganhar. Sempre estar querendo mais, melhorar para pegar uma seletiva olímpica”, explica Pedro, que já pensa nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020.
Mesmo assim, ele não demonstra sentir pressão e diz que isso é em razão de sempre querer manter o foco nos treinamentos. “É uma coisa muito minha, porque eu não sinto pressão na hora de nadar. Eu vou com a cabeça tranquila e faço o que tenho que fazer. Penso: ‘você treinou tudo isso. Treinou forte, e agora é hora de mostrar a que veio’”, conta o jovem nadador, que tem respaldo do medalhista mundial.
Um dos treinadores de Motta, Pedro Baldo, fala com esperança sobre o garoto, que já aparece como uma influência para os atletas mais novos do que ele. “A presença de um atleta de tamanho destaque é importante para os atletas mais novos, que já o têm como ídolo, apesar da pouca diferença de idade”, diz o treinador, que acredita no desenvolvimento do jovem atleta para os próximos Jogos Olímpicos.
Outro treinador do garoto, Newton Conte, afirma que 2018 será importante para que Motta passe a ter contato com competidores de nível adulto. “É uma transição muito importante na carreira dele e é uma grande mudança de objetivo. Para 2018, Pedro vai encarar atletas adultos visando resultados no absoluto”, comenta o treinador esperançoso.
Para seguir esse caminho, Nicholas Santos aconselha o jovem nadador a não perder o foco nas piscinas. “Ele tem que encarar com tranquilidade, mas pensar com um trabalho mental e não ser pego de surpresa quando estiver classificado em um mundial, porque é briga de gente grande”, diz Santos, que além de dar dicas para Pedro, também auxilia nos treinamentos junto aos treinadores do garoto. Eles trocam informações sobre técnicas de treino e utilizam, inclusive, o WhatsApp para o compartilhamento de vídeos sobre os métodos de preparação utilizados.
Foto: Amanda Bueno
