CPI das ambulâncias busca esclarecimentos sobre notas duplicadas
Notas fiscais para manutenção de ambulâncias foram duplicadas, aponta CPI

CPI das ambulâncias busca esclarecimentos sobre notas duplicadas

Comissão aponta que serviços teriam sido faturados duas vezes; responsável por oficina nega acusações

Em entrevista coletiva, o vereador Orlando Pesoti (PDT), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Ambulâncias, divulgou que notas fiscais de manutenções de três veículos da Secretaria da Saúde teriam sido duplicadas. Os documentos apresentados indicariam que foi cobrado o mesmo serviço em duas ocasiões diferentes. 

Acompanhado de outros membros da comissão, o vereador Elizeu Rocha (PP), vice-presidente, e Isaac Antunes (PR), Pesoti destacou as irregularidades na fiscalização de duas viaturas do Samu e uma Kombi por meio de notas de serviço recolhidas da New Car Automotivo, assistência técnica de veículos de Sertãozinho. O responsável pelo trabalho nega.

“Foram usadas duas notas de numerações diferentes com exatamente os mesmos custos, em um intervalo de três meses, em que não houve alteração na quilometragem”, revelou Pesoti, mostrando a nota de serviço com um total de R$ 3.257,88 gastos na manutenção de um Renault Master. “As peças trocadas foram exatamente as mesmas, não houve uma alteração sequer”, ele completa. Não foram encontradas notas fiscais oficiais de nenhuma das manutenções investigadas, apenas as de serviço.

Outros dois veículos também mostraram a mesma semelhança de peças e valores em notas duplicadas, com custos ultrapassando R$ 11 mil em um só deles. “É uma anomalia que podemos certamente chamar de um crime perante veículos da Prefeitura de Ribeirão Preto, que deve explicações”, cobra Pesoti. Cerca de R$ 90 mil reais foram gastos na manutenção de apenas em um dos automóveis, uma Ducato Boxer.

O alto gasto com as manutenções das ambulâncias preocupam, chegando a R$ 2 milhões em Sertãozinho e R$ 500 mil em Ribeirão Preto, durante o período de um ano. Ainda há 30 veículos da Secretaria da Saúde a serem investigados.

A próxima fase de investigações da CPI prepara novos levantamentos de notas duplicadas para enviar ao Gaeco, órgão do Ministério Público de São Paulo que investiga crimes organizados, além de realizar acareações. “Já pedimos novos documentos e continuaremos procurando irregularidades nas notas”, conclui Pesoti.

Informação da CPI não é real

Valdinei Silva, responsável pela oficina, afirmou que as notas em duplicidade não existem. Segundo ele, elas foram emitidas duas vezes porque, na primeira vez, não havia saldo para pagamento. "As primeiras notas foram canceladas. Para fazer o pagamento foi necessário imprimir outra nota, não poderia usar a mesma. Não há duplicidade, não recebi o mesmo valor duas vezes", disse.


Foto: Pedro Grossi

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