Advogado André Hentz afirma que delação de Wagner Rodrigues é mentirosa
O depoimento do advogado ocorreu na manhã desta segunda-feira, 27, no Fórum de Ribeirão Preto

Advogado André Hentz afirma que delação de Wagner Rodrigues é mentirosa

Hentz é acusado de ter participação na divisão do dinheiro que também estava sendo pago à advogada Maria Zuely Librandi

O advogado André Hentz afirmou em depoimento que a delação do ex-presidente do Sindicato dos Servidores, Wagner Rodrigues, é mentirosa. Ambos são investigados na Operação Sevandija, no caso sobre irregularidades na liberação dos honorários advocatícios dos 28,35%.

Hentz foi ouvido no Fórum de Ribeirão Preto na manhã desta segunda-feira, 27, e é acusado de ter participação na divisão do dinheiro que também estava sendo pago à advogada Maria Zuely Librandi. Além dele, seriam beneficiados com a propina a ex-prefeita de Ribeirão Preto Dárcy Vera e o ex-secretário de Administração Marco Antônio dos Santos, que receberiam os pagamentos para que não houvesse atraso nos repasses a Zuely.

Ele declarou que a lista apreendida pela Polícia Federal, no escritório de Zuely e do advogado do Sindicato Sandro Rovani, é falsa, já que, de acordo com ele, seria impossível delimitar a quantidade de parcelas que deveriam ser pagas pela Prefeitura, antes da homologação da justiça. A lista demonstra de que forma seria feita a divisão do dinheiro que deveria ser pago à Zuely, cerca de R$ 69 milhões – que chegou a R$ 45 milhões, segundo o Ministério Público –, contando com a propina que deveria ser repassada aos agentes públicos.

"É uma completa mentira. Nunca houve reunião. Tanto, que o delator diz que cada hora ela teria ocorrido em uma data diferente. Isso é um indicativo de falta de credibilidade", declarou Hentz, que aponta que o dinheiro pago a ele se refere aos honorários advocatícios de sua atuação na ação que determinou que Zuely recebesse a quantia por ter vencido a causa dos 28,35% para os servidores públicos.

Questionado pelo juiz da 4ª Vara de Ribeirão Preto, Lucio Alberto Enéas da Silva Ferreira, sobre o seu depoimento à Polícia Federal em Setembro de 2016, em que disse que haveria repasses para agentes públicos, ele disse que não confirmava as informações, já que ele não sabe informar se realmente houve essas situações.

De acordo com Hentz, as respostas dadas a PF estavam imprecisas, em razão da falta de desconhecimento dele e do delegado que o interrogou na ocasião. "Ele já veio com as respostas prontas, e eu questionava sobre o que se referia à situação, e não me era respondido", explicou o investigado.

Ao longo do depoimento, o advogado lembrou que a justiça cível apontou a legalidade dos pagamentos dos honorários  à Maria Zuely, e explicou como se deu o processo. "A legalidade dos honorários foi reconhecida. É uma questão de justiça. Não teria lógica ela trabalhar e não receber", disse Hentz.


Foto: Leonardo Santos

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