Ex-secretário confirma recebimento de empréstimo de advogada no valor de R$ 1,2 mi
Ex-secretário de Administração de Dárcy Vera explicou o porquê de comprar imóveis com os cheques de Zuely

Ex-secretário confirma recebimento de empréstimo de advogada no valor de R$ 1,2 mi

Marco Antonio dos Santos prestou depoimento nesta quinta-feira, 30, e afirmou que pediu dinheiro a Maria Zuely Librandi

O ex-secretário de Administração de Ribeirão Preto Marco Antônio dos Santos declarou que recebeu empréstimos de R$ 1,2 milhão da advogada Maria Zuely Librandi. Além disso, ele explicou que a quantia não se referia a algum tipo de propina. Também ex-superintendente da Coderp e do Daerp, ele acredita que não agiu de maneira antiética ao pedir dinheiro para a advogada.

Marco Antônio dos Santos, investigado na Operação Sevandija, é acusado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo de receber propina de Maria Zuely para não dificultar a liberação do dinheiro referente aos honorários advocatícios da causa dos 28,35%.

O ex-secretário, que prestou depoimento nesta quinta-feira, 30, no Fórum de Ribeirão Preto, disse que recebeu os repasses entre 2013 e 2015, em cheques com valores entre R$ 40 mil e R$ 90 mil. Ele também afirmou que pretendia pagar a advogada em um período de três anos após o término da gestão da ex-prefeita Dárcy Vera, já que ele contaria com os valores da rescisão com o município e voltaria a advogar.

Questionado pela defesa de Maria Zuely se tinha garantias desse dinheiro, ele não soube confirmar, já que não recebeu a rescisão. Perguntado pelo juiz da 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, Lucio Alberto Enéas da Silva Ferreira se mantinha o controle de quanto devia à advogada, já que não entregava recibos, ele afirmou que perdeu os papéis.

Marco Antônio também declarou que o dinheiro recebido serviu para a compra de imóveis. Um deles para viver com uma companheira, no valor de R$ 850 mil, sendo que R$ 600 mil foram pagos com cheques de Maria Zuely, pois estava se divorciando da esposa - o que não ocorreu. A casa está no nome da filha. Ele declarou ao Ministério Público que não registrou essa residência no próprio nome, pois enfrenta uma ação trabalhista que bloqueou contas bancárias e poderia ser retido no banco.

Esses dois imóveis, mais o fato de ter pagado os serviços de um advogado da ex-prefeita Dárcy Vera, são investigados pelo Gaeco em um processo que apura lavagem de dinheiro. Marco Antonio ainda disse que que não soube se Maria Zuely realizou pagamentos para a ex-prefeita.

Antiético?

Questionado pelo juiz se seria ético o pedido de empréstimos para uma credora da Prefeitura, Marco Antonio disse que não entende a situação desta forma. “Não da forma como o senhor está colocando, eu não vejo assim”, se explicou.


Foto: Câmara Ribeirão/Arquivo Revide

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