Justiça condena mais quatro pessoas envolvidas na Sevandija
Foram condenados: Sandro Rovani e a filha Ana Cláudia Silveira Neto, Marcelo Gir Gomes e Paulo Roberto Nogueira

Justiça condena mais quatro pessoas envolvidas na Sevandija

TJSP entendeu que acusados lavaram cerca de R$ 1 milhão mesmo após a deflagração da operação

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) condenou, nesta sexta-feira, 20, quatro pessoas investigadas na Operação Sevandija.

Os advogado Sandro Rovani e a filha Ana Cláudia Silveira Neto, Marcelo Gir Gomes e Paulo Nogueira, tiveram penas que, somadas, chegam a 36 anos. Ainda cabe recurso para decisão.

As prisões ocorrem em decorrência das investigações realizadas na Operação Houdini, quarta fase da Sevandija. O Ministério Público acusa os réus de lavarem R$ 1 milhão desviado por meio de propina dos cofres públicos.

Sandro Rovani já está preso em Tremembé desde março de 2017, por outros dois processos. Ana Cláudia e Nogueira podem responder em liberdade. Já Marcelo Gir Gomes é considerado foragido da justiça. O MP acredita que ele está fora do País. Gomes chegou a ser preso em 2018, mas conseguiu um habeas corpus e nunca mais retornou para a penitenciária.

Veja as penas:

Sandro Rovani: foi condenado a 17 anos de reclusão em regime fechado. Além de 92 dias-multa. Sendo: 16 anos e 52 dias-multa pelos crimes de lavagem de dinheiro e 1 ano e 40 dias-multa pela fraude processual.

Ana Cláudia Silveira Neto: condenada a 5 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão em regime semiaberto, e ao pagamento de 18 dias-multa. Ana Cláudia é acusada de lavagem de dinheiro.

Marcelo Gir Gomes: condenado a 9 anos e 4 meses de detenção, mais 72 dias-multa. Gir Gomes, que está foragido, responderá pelos crimes de fraude processual.

Paulo Nogueira: condenado a 4 anos e 6 meses de reclusão em regime semiaberto, e ao pagamento de 15 dias-multa. Nogueira é acusado de lavagem de dinheiro.

Lavagem de dinheiro

Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apontam que houve lavagem de dinheiro de mais de R$ 1 milhão após a deflagração da Sevandija. O dinheiro, de acordo com a promotoria, seria lavado para que fosse utilizado pelos investigados no futuro.

“Movimentaram cheques e títulos nominados pelo operador do esquema, Sandro Rovani. Cheques esses vindos do escritório Librandi & Librandi. Os investigados cometeram a ousadia de movimentar mais de R$ 1 milhão depois da operação”, explicou o promotor Leonardo Romanelli quando a Houdini foi deflagrada.

O dinheiro rastreado é referente aos pagamentos realizados pela Prefeitura de Ribeirão Preto como honorários advocatícios de Maria Zuely Librandi. Maria Zuely teria pago propina a agentes públicos, entre eles a ex-prefeita Dárcy Vera, para receber os honorários. De acordo com o Gaeco, foram pagos cerca de R$ 45 milhões.

Segundo o promotor Frederico de Camargo, Sandro Rovani foi o operador do esquema nesta fase da investigação, mesmo após ter sido preso preventivamente na deflagração da Sevandija. Isso, porque Rovani foi beneficiado por uma liminar de habeas corpus, que o libertou da prisão, até voltar a ser detido em março de 2017.

“O esquema vinha de antes. Os cheques começaram transitar ao longo do pagamento de propina. Por alguma razão, alguns cheques não foram apreendidos. Depois da operação, ele armou uma ação para fazer com que esses cheques pudessem ser movimentados. transformados em ativos e, de alguma forma, reverter em favor de Sandro Rovani ou de algumas pessoas que estão envolvidas nesta fase da operação”, explicou o promotor Frederico de Camargo.


Foto: Arquivo Revide

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