Conselho de Ética da Câmara investigará vereador acusado de "rachadinha"

Conselho de Ética da Câmara investigará vereador acusado de "rachadinha"

Colegiado decidiu por continuar investigações sobre as possíveis práticas do vereador Sérgio Zerbinato (PSB)

O Conselho de Ética da Câmara Municipal dos Vereadores de Ribeirão Preto prosseguirá com as investigações contra o vereador Sérgio Zerbianto (PSB) pela suposta prática de "rachadinha". 

Nesta semana, o Ministério Público do Estado de São Paulo pediu a cassação do vereador. A ação civil pública foi movida pelo promotor Sebastião Sérgio da Silveira, de Ribeirão Preto. Além do parlamentar, a irmã dele, Dalila Zerbinato, também foi indiciada. 

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar é presidido pelo vereador Maurício Vila Abranches (PSDB) e tem como vice o vereador Brando Veiga (REP) que também ocupa a função de relator desse processo. 

O  advogado que representa o vereador Zerbinato, Paulo Roberto Frank, participou da reunião do Conselho, nesta terça-feira, 11. Após a leitura do relatório parcial, o advogado solicitou arquivamento das representações, alegando falhas nas representações.

Contudo, o relatório final de Veiga pede pela continuidade das investigações. Os vereadores votaram a favor do relatório, com exceção do vereador Luís França (PSB), que se absteve.

Também foi deliberado pelo Conselho de Ética que seja oficiado o Ministério Público Estadual, solicitando documentações sobre as denúncias que envolvem o vereador.

Outro lado

Zerbinato está em seu primeiro mandato como vereador em Ribeirão Preto. Por meio de nota, o parlamentar declarou que as denúncias são parte de uma "armação política" e que ele já apresentou uma defesa à Câmara

"As denúncias são parte de uma armação política, encabeçada por gente que tem interesse direto em minha cadeira na câmara municipal. Toda a minha defesa já foi apresentada à câmara municipal e tenho absoluta convicção de que tudo será esclarecido durante o processo que está em andamento", disse Zerbinato. 

Ministério Público

Segundo a ação civil pública do promotor Silveira , Ivanilde Ribeiro Rodrigues, ex-assessora de Zerbinato, devolvia parte do salário à irmã do vereador. Ivanilde ocupava o cargo de assessor direto no gabinete de Zerbinato. O salário para este cargo é de R$ 7.973,42, com valor líquido de R$ 6.104,91. Além de R$ 1601,40 em vale alimentação/refeição.

A ex-assessora, nomeada por Zerbinato, teria repassado mensalmente cerca de R$ 3 mil entre janeiro e agosto de 2021 a Dalila Zerbinato. Ainda de acordo com a ação, Ivanilde teria desistido de participar do esquema e foi exonerada ema agosto de 2021. 

Silveira solicita à justiça que Zerbinato tenha os direitos políticos suspensos por até 14 anos, além do pagamento de multa. Caberá ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo avaliar a validade da ação para a instauração de um inquérito. 

“Importante deixarmos claro que, aqui na promotoria nós apuramos apenas improbidade administrativa. Se verdadeiras as acusações, pois estamos no início ainda, pode caracterizar crime de peculato e exatamente por isso comuniquei a Promotoria Criminal, para que eles adotem eventuais providências, e nossa expectativa é de que a Câmara e o Tribunal de Contas também apurem os fatos, pois tem repercussão nestas áreas”, explicou Silveira, em dezembro, quando iniciou as investigações. 


Foto: Revide

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